A medida foi anunciada pelo gabinete para os assuntos de Taiwan do Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC), o órgão máximo do país asiático para questões relacionadas com Taiwan, informou a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.

Estas sanções são uma das primeiras respostas da China à escala feita pela líder taiwanesa, Tsai Ing-wen, nos Estados Unidos, onde na quarta-feira se reuniu com o presidente da Câmara dos Representantes norte-americana, Kevin McCarthy.

Um porta-voz do gabinete chinês afirmou que Hsiao tentou minar a paz e a estabilidade entre os dois lados do estreito de Taiwan, advertindo que “nenhuma pessoa ou força deve subestimar” a “determinação e capacidade de defender a soberania e a integridade territorial da China”.

As sanções, que também se estendem à família de Hsiao, incluem a proibição de entrada na China continental, em Hong Kong e em Macau, bem como proíbem investidores e empresas relacionados com Hsiao de cooperarem com organizações e indivíduos chineses.

Hsiao, que faz parte de uma lista chinesa de “fanáticos separatistas taiwaneses”, já tinha sido alvo de sanções em agosto passado, juntamente com a vice-presidente da Assembleia Legislativa de Taiwan, Tsai Chi-chang, e outros membros do Partido Democrático Progressista (PPD).

Por outro lado, o gabinete chinês para os assuntos de Taiwan do Conselho de Estado (Executivo) anunciou hoje também sanções contra a Fundação Prospect e o Conselho de Liberais e Democratas Asiáticos.

A porta-voz do gabinete, Zhu Fenglian, afirmou que, sob os auspícios do PPD, essas organizações desculparam-se com “democracia, liberdade e cooperação” para defender a independência de Taiwan e conspiraram com forças antichinesas, em violação do princípio de ‘uma só China’ .

Os responsáveis por estas organizações estão igualmente proibidos de entrar na China continental e nas regiões administrativas de Hong Kong e Macau.

Na lista de penalizados encontra-se ainda a biblioteca presidencial Ronald Reagan, local onde se encontraram McCarthy e Tsai Ing-wen.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso Taipé declare formalmente a independência.

De acordo com o princípio “uma só China”, nenhum país deve ter laços oficiais com Pequim e Taipé ao mesmo tempo.

Apenas 13 estados ainda reconhecem Taiwan, incluindo Belize e Guatemala, países latino-americanos que Tsai visitou nos últimos dias para cimentar a relação com os poucos aliados oficiais, após uma primeira paragem em Nova Iorque.

Mas os Estados Unidos mantêm há muito tempo uma “ambiguidade estratégica” sobre a questão de Taiwan. Washington reconheceu Pequim desde 1979, mas continua a ser o mais poderoso aliado de Taiwan e o principal fornecedor de armas.

Com Tsai, Taiwan aproximou-se dos Estados Unidos, tendo McCarthy apelado para a “continuação das vendas de armas” a Taiwan, defendendo serem a “melhor maneira” de evitar uma invasão chinesa da ilha.

A relação entre a China e os Estados Unidos deteriorou-se nos últimos anos, face a uma prolongada guerra comercial e tecnológica e diferendos em questões de direitos humanos, a soberania do mar do Sul da China ou o estatuto de Hong Kong.

Os Estados Unidos são o maior fornecedor de armas de Taiwan e seriam o principal aliado no caso de uma invasão chinesa.