“O objetivo da minha visita à Bielorrússia é precisamente a implementação de acordos importantes a nível de chefes de Estado e o reforço da cooperação militar bilateral”, disse Li, citado pela agência norte-americana AP.
Li foi recebido pelo Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, que manifestou o apoio à política da República Popular da China.
“Durante mais de 30 anos, sempre apoiámos a China em todas as suas aspirações”, disse Lukashenko, de acordo com o relato da agência oficial bielorrussa Belta.
Lukashenko considerou “absolutamente justa” a política interna e externa da China, “visando a resolução pacífica de quaisquer disputas e conflitos”.
As forças bielorrussas não participam diretamente na guerra da Ucrânia e Lukashenko afirmou que a assistência militar da China não será dirigida contra países terceiros.
“Precisamos de proteger os nossos Estados e os nossos povos”, disse.
“Somos defensores absolutos de um mundo multipolar, da integridade territorial e da unidade das fronteiras estabelecidas após a Segunda Guerra Mundial. Mantemo-nos empenhados em não interferir nos assuntos internos dos Estados”, acrescentou.
Nenhuma das partes deu pormenores sobre a cooperação, mas Minsk e Pequim concordaram em realizar exercícios militares conjuntos em 2024.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse em junho que a Rússia tinha iniciado a transferência de armas nucleares táticas para o país vizinho da União Europeia (UE), alimentando o receio de uma escalada do conflito na Ucrânia.
O anúncio suscitou críticas dos aliados ocidentais, dado que Putin tem levantado a possibilidade de usar armas nucleares desde que mandou invadir a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.
As armas nucleares táticas destinam-se a destruir alvos inimigos numa área específica sem causar uma precipitação radioativa generalizada, ao contrário das armas nucleares estratégicas.
Li visitou a Rússia antes de se deslocar à Bielorrússia, tendo reafirmado em Moscovo que Pequim apoia uma resolução política para os conflitos, incluindo o da Ucrânia.
A China afirma ser neutra no conflito na Ucrânia, mas acusa os Estados Unidos e os seus aliados de provocarem a Rússia.
Pequim mantém fortes laços económicos, diplomáticos e comerciais com Moscovo.
O analista bielorrusso Valery Karbalevich afirmou que a visita do ministro da Defesa chinês é “um sinal importante não só para a UE e os Estados Unidos, mas também para a Ucrânia”.
“Com esta visita, a China marca o âmbito dos seus interesses militares e mostra que está interessada em estabelecer laços com Minsk e Moscovo, incluindo a cooperação militar, apesar da insatisfação dos países ocidentais”, disse à AP.
“Isto é também um sinal para a Ucrânia de que o prolongamento da guerra pode forçar a China a tomar um partido”, acrescentou.
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