Y Ping Chow anunciou o convite em declarações à agência Lusa após um breve encontro com duas adjuntas da governante, nas instalações da Presidência do Conselho de Ministros, em Lisboa e referiu que aguarda a marcação de uma data na próxima semana. Questionado sobre a aceitação do convite, afirmou: “Pelo menos não declinaram”.
O objetivo é “acalmar um pouco” os receios de contacto com a comunidade chinesa, devido ao surto do novo coronavírus que eclodiu na China.
O representante da comunidade chinesa em Portugal pediu também ajuda às autoridades portuguesa no envio de máscaras e outro material de proteção para a China, uma vez que está com dificuldades em encontrar fornecedores: “Precisamos de mais máscaras. Neste momento não conseguimos adquirir no mercado”.
A Liga dos Chineses em Portugal está a colaborar com Macau nesta ajuda à população chinesa, acrescentou.
Nas últimas duas semanas, a Liga estima ter angariado cerca de 300.000 euros para enviar verbas e bens, no âmbito da resposta de apoio às populações afetadas.
Y Ping Chow revelou ainda estar na posse de várias mensagens de apoio à comunidade chinesa na sequência de um programa da RFM em que se fez humor com a situação provocada pelo vírus com origem na China.
Entre as mensagens que hoje transportava consigo e que facultou à Lusa encontravam-se posições de solidariedade da Associação dos Emigrantes da Guiné, de empresários, professores universitários e do ex-presidente da Câmara da Lisboa e ex-ministro da Cultura João Soares, em que este se afirma “contra todas as formas de racismo”.
Y Ping Chow referiu que ainda não conseguiu falar com a administração da rádio, mas avançou que tenciona lançar “uma carta”, pelo menos, para manifestar desagrado com a situação.
De acordo com o responsável pela Liga, a comunidade chinesa em Portugal está “revoltada” com a rubrica “Informação Privilegiada” de um programa da RFM que, na manhã de terça-feira, satirizou a questão das mortes por coronavírus na China.
A China elevou hoje para 490 mortos e mais de 24.300 infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.
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