“Tivemos de esperar 18 meses para realizar esta cimeira, mas tendo em conta as discussões que tivemos e os acordos a que chegámos, valeu a pena […], e agora é o momento de transformar a nossa visão partilhada em realidade, é o momento de nos tornarmos operacionais”, anunciou a líder do executivo comunitário, Ursula von der Leyen.
Falando na cerimónia de encerramento da cimeira UE-UA, que decorreu entre quinta-feira e hoje em Bruxelas, a responsável explicou que um desses acordos alcançados foi precisamente a “estratégia de investimento global”.
“Nunca antes pusemos em cima da mesa um pacote tão grande e ambicioso em África”, acrescentou Ursula von der Leyen.
Em causa está um plano de investimentos para África, que mobilizará cerca de 150 mil milhões de euros ao longo dos próximos sete anos.
Este é o primeiro plano regional no quadro da nova estratégia de investimento da UE, entendido como uma resposta à ‘Nova Rota da Seda’, que a China tem já em curso à escala mundial.
“Trabalharemos em conjunto, a partir de amanhã, para desenvolver projetos estratégicos com impacto transformador”, salientou Ursula von der Leyen.
A líder do executivo comunitário apontou que o consenso europeu e africano definiu, desde logo, um “enfoque na interconexão energética, digital e de transportes”.
“Os nossos objetivos são um maior acesso à eletricidade através da expansão das redes elétricas regionais e o desenvolvimento da capacidade de hidrogénio, maior acesso à internet através de cabos submarinos ligando a Europa e África e cabos terrestres através das regiões de África”, elencou.
Acresce “a construção de corredores estratégicos de transporte através do continente para aumentar a mobilidade e desenvolver as cadeias de abastecimento continentais”, apontou a responsável.
No que toca à educação, “o enfoque é na vocação técnica e na formação educacional e no empreendedorismo juvenil”, enquanto na saúde “o foco está na entrega de vacinas e no seu lançamento e na capacidade local de produção de vacinas em África”, adiantou a presidente da Comissão Europeia.
Para acompanhar a implementação do plano, será criado um mecanismo de monitorização, estando ainda prevista uma reunião entre Ursula von der Leyen e o seu homólogo, o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki, na primavera.
Líderes europeus e da UA estiveram reunidos entre quinta-feira e hoje em Bruxelas, na sexta cimeira UE-África, que foi sucessivamente adiada devido à pandemia e tem o intuito de revitalizar uma parceria ameaçada pela presença russa e chinesa no continente africano.
Esta cimeira UE-UA, originalmente prevista para 2020, pôde finalmente acontecer devido à evolução da situação pandémica, que possibilitou a presença em Bruxelas de cerca de sete dezenas de chefes de Estado e de Governo dos dois continentes.
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