Segundo a Direção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), os veículos de Macau poderão, mediante a atribuição de vistos, atravessar o posto fronteiriço da Baía de Shenzhen. Já os veículos de Hong Kong terão ‘luz verde’ para passar o posto fronteiriço de Hengin.
“A medida é destinada a veículos já com quotas de circulação entre as três regiões, sendo-lhes atribuídos vistos que permitirão a passagem pelos postos fronteiriços de Shenzhen e de Hengqin”, refere a DSAT. Prevê-se que após a fase experimental, a medida entre em vigor a partir do próximo ano.
O objetivo é, de acordo com a mesma entidade, garantir um maior aproveitamento daquela que é a maior travessia marítima do mundo e um marco do projeto de integração regional da Grande Baía.
No início do mês, as autoridades de Macau lançaram um concurso para atribuir mais 914 licenças para veículos ligeiros, um número a somar às 600 viaturas que já estão autorizadas a circular na ponte.
Para Hong Kong, que atravessa há mais de quatro meses a maior crise política desde a transferência do Reino Unido para a China, em 1997, a medida pode atrair mais visitantes do continente, cujo fluxo desceu significativamente desde o início dos protestos.
“O objetivo é aumentar gradualmente o fluxo e evitar que o volume de tráfego seja muito baixo. Caso contrário, a ponte perderá o seu propósito”, afirmou o membro do Conselho Legislativo de Hong Kong Yiu Si-wingde, citado hoje pelo jornal South China Morning Post.
A ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (HKZM) recebeu mais de 14 milhões de passageiros e 1,5 milhões de veículos, desde a sua abertura há um ano, noticiou na terça-feira a imprensa chinesa.
Segundo a agência de notícias estatal Xinhua, que cita uma fonte do posto fronteiriço da ponte, o número de passageiros e veículos tem vindo a crescer desde que a travessia foi aberta à circulação, em 24 de outubro de 2018.
A mesma fonte detalhou que o tráfego médio diário atingiu os 80.000 passageiros, durante o Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, com um recorde de 113.000 passageiros, no dia 7 de fevereiro.
A ponte HKZM é um marco do projeto de integração regional da Grande Baía, que visa criar uma metrópole mundial a partir dos territórios de Hong Kong, Macau e nove localidades da província chinesa de Guangdong (Cantão, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing).
A ponte custou aos governos de Macau e de Hong Kong e da província de Guangdong cerca de 1,9 mil milhões de euros.
A travessia “tem sido uma grande ajuda, especialmente para os turistas e para os residentes de Macau que querem utilizar o aeroporto de Hong Kong”, disse na terça-feira à agência Lusa o membro do Conselho Consultivo do Trânsito de Macau Kou Kun Pang.
Cerca de 5,35 milhões de turistas utilizaram a fronteira da ponte. Em sentido inverso, o número de visitantes a chegar a Macau de ‘ferry’ caiu 35,7 por cento, nos últimos 12 meses.
Foram registados até ao final de setembro passado mais de 33 mil autocarros a entrar ou a sair de Macau através da ponte, assim como perto de 214 mil veículos ligeiros.
De acordo com estimativas das três regiões, o volume diário de tráfego na ponte deverá atingir os 29.100 veículos em 2030 e 42 mil em 2037, enquanto o volume diário de passageiros poderá rondar os 126 mil e os 175 mil, respetivamente.
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