A informação foi avançada por Pedro Barbosa, responsável de segurança cibernética da multinacional de serviços informáticos Claranet e que é um dos organizadores da Porto Cybersecurity Conference, que este ano decorre a 17 de maio.

De acordo com o responsável, este ataque “foi detetado durante a madrugada de hoje e os alvos iniciais foram empresas de telecomunicações, tendo-se verificado depois o alastrar a outros sectores como a banca, energia e outras infra estruturas críticas”.

O ataque, explicou, deu-se através de ‘emails’ que tinham anexos que fizeram descarregar software malicioso (‘malware’), da variante WCry 2.0.

Segundo o especialista, este “’ransomware’ cifra as mais conhecidas extensões de documentos aplicacionais (não só Office, mas também de programas de desenho, certificados de identificação e assinatura digital e outros de importância conhecida para os utilizadores)”, pelo que recomenda que as organizações garantam que “os patches 017-10, 017-12 e 017-15 da Microsoft estão instalados nos seus sistemas” e que os trabalhadores tenham cuidado na abertura de anexos e de ligações em e-mails.

A Polícia Judiciária disse hoje que está a acompanhar e a tentar perceber o alcance de um ataque informático internacional que tem como alvo empresas.

A Portugal Telecom, que alertou hoje os seus clientes para o vírus perigoso a circular na Internet e que pediu para que tenham cautela na navegação na rede e na abertura de anexos recebidos por correio eletrónico, já indicou que ativou todos os planos de segurança.

No entanto, disse, a rede e os serviços prestados pela Meo não foram afetados.

Já a EDP indicou que decidiu cortar os acessos à Internet da sua rede para prevenir o ataque informático.

A empresa de energia acrescentou, entretanto, que estão a funcionar normalmente todos os sistemas que conduzem a rede elétrica e que também continuam em funcionamento normal os sistemas de ‘contact center’ e de reparação de avarias.

O BCP admitiu que clientes tiveram problemas em algumas operações, mas disse que foi na sequência de medidas preventivas tomadas pelo banco para evitar um ataque informático e que a "situação está a normalizar".

A multinacional espanhola de telecomunicações Telefónica foi hoje obrigada a desligar os computadores da sua sede em Madrid, depois de detetar um vírus informático que bloqueou alguns equipamentos.

A imprensa espanhola noticiou que o vírus desconhecido provocou a paragem dos computadores afetados, ficando o monitor azul e tendo aparecido em alguns equipamentos uma mensagem a pedir o pagamento de uma quantia em ‘bitcoins’, uma moeda virtual desenvolvida fora do controlo de qualquer Governo.