"Não achamos que as medidas que estão a ser tomadas sejam ambiciosas o suficiente. Achamos que está a haver muito maior preocupação a nível económico do que em salvaguardar a resolução da crise climática e que muitas medidas que podem ser feitas não o estão a ser", disse Ana Carolina Silva.
Para a estudante de psicologia, de 20 anos, as medidas do Governo para reduzir as emissões de carbono "não são suficientemente ambiciosas" no seu horizonte temporal e é preciso "chamar a atenção para a crise climática e para que haja ação para a combater".
Duarte Antão, estudante de Arte e Design, salientou que a manifestação desta tarde se diferencia de outras duas realizadas anteriormente por se estender à classe trabalhadora.
"Importa que nos mostremos indignados e, acima de tudo, preocupados com a situação ambiental em Portugal e no mundo, pois só assim conseguimos exigir uma ação governamental eficaz", frisou o aluno, de 19 anos.
Segundo Duarte Antão, foi através do movimento internacional das greves estudantis pelo clima que o assunto "voltou à baila, mas seria arrogante da nossa parte considerar que seria apenas um fator a desencadear toda a luta".
"Com o passar do tempo, a situação torna-se mais crítica e mais difícil de ignorar uma crise climática eminente e, portanto, não há alternativa para os governantes se não olharem para o problema e escutarem quem está a alertar e começarem a pensar em tomar medidas", enfatizou.
Os manifestantes saíram do Jardim Botânico, na Alta de Coimbra, e desceram à Praça 08 de maio, com passagem pela Praça da República e Avenida Sá da Bandeira, terminando em frente aos Paços do Município, onde decorria a Assembleia Municipal.
À cabeça da marcha figurava um grupo de crianças que empunhou uma faixa onde se lia "Faz pelo Clima", seguido por centenas de pessoas, maioritariamente estudantes universitários, onde se incluía o presidente da Associação Académica de Coimbra (AAC).
"Nós não queremos ficar para trás e temos de dizer aos governantes que chega de assobiar para o lado e que o próximo Governo se preocupe com o clima e as alterações climáticas", disse à agência Lusa o presidente da AAC, Daniel Azenha.
"O que estamos a dizer é que não nos preocupamos só com a nossa geração, como também com as gerações futuras. Essa é a mensagem que queremos passar ao Governo - que isto nunca será uma moda, será sempre algo que vamos reivindicar, mesmo depois das eleições", acrescentou.
Os promotores da manifestação falaram com o presidente da Câmara de Coimbra, que interrompeu a sua participação na Assembleia Municipal para escutar as queixas e críticas quanto à política ambiental da cidade.
O socialista Manuel Machado ouviu e dialogou por alguns minutos com os manifestantes, mostrando-se solidário com a luta em defesa de um melhor ambiente.
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