Milhares de ativistas manifestaram-se em mais de cem cidades em todo o mundo e um pouco por todo o país para chamar a atenção para a crise climática, participando na segunda greve climática estudantil.

No final dos protestos, ficou a promessa de novas ações e foi anunciado o convite aos sindicatos para que se juntem aos protestos e transformem a próxima manifestação, marcada para 27 de setembro, numa greve geral.

O convite ainda não foi formalmente feito à CGTP nem à UGT, mas, em declarações à Lusa, as duas estruturas sindicais afastaram já a hipótese de uma greve geral de trabalhadores, lembrando que essa é “a última arma” de uma negociação.

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, saudou a iniciativa dos estudantes e lembrou que também os mais jovens sindicatos de trabalhadores têm apontado as alterações climáticas como uma das matérias mais emblemáticas da atualidade.

No entanto, entende que uma greve geral não é a solução: “Estamos solidários e disponíveis para falar com os jovens para ver de que forma poderemos intervir”, afirmou, apontando como alternativas a hipótese de se realizarem manifestações, concentrações ou ações de sensibilização da opinião pública.

“Há um alerta a fazer a todos os governos e não é em vão que os jovens se têm manifestado em defesa do seu futuro e do planeta”, lembrou Carlos Silva, em declarações à Lusa, sublinhando que a UGT é “sensível a todos os alertas, manifestações e tomadas de posição”.

Já a CGTP – IN mostrou-se menos recetiva a um eventual convite por parte dos estudantes, questionando mesmo a razão de ser das greves estudantis.

“Vão ter de nos fazer chegar as razões que os levam a tentar mobilizar todos os trabalhadores para essa greve”, disse à Lusa João Torres, responsável pela área da ação reivindicativa da CGTP, que apontou ainda a “curiosa” data da greve geral “tão próxima das eleições legislativas”.

Pela segunda vez em Portugal, milhares de jovens saíram às ruas de 51 localidades para chamar a atenção para a crise climática, participando num movimento mundial que nasceu no ano passado inspirado na jovem sueca Greta Thunberg.

Segundo a estudante Alice Vale de Gato, uma das organizadoras do protesto, entre "12.000 a 13.000 estudantes" terão aderido à marcha que hoje se realizou em Lisboa e que contou também com o apoio de várias organizações.

No final da marcha que começou no Marques do Pombal, vários jovens leram um manifesto na escadaria da Assembleia da República que exigia a declaração de emergência climática, a meta da neutralidade carbónica até 2030 e "uma enorme vontade política" aos decisores europeus e portugueses.