Inês Teles, porta-voz do coletivo, declara que "neste momento, decorre a Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (COP29), onde, em teoria, se discutem soluções para evitar o apocalipse. Mas o que é que vemos nas televisões? Há pastéis de nata no pavilhão de Portugal, e o Presidente do Azerbeijão refere-se ao petróleo e ao gás como uma dádiva de Deus. A banalização do colapso é total, enquanto Governos e empresas fósseis têm carta branca para expandir o seu arsenal de bombas de carbono, perpetuando ataques numa guerra contra a humanidade e o planeta", sublinha em comunicado.

"No fim destas duas semanas de discussões vazias, após a eleição de um negacionista climático nos EUA e a aprovação, aqui, de um Orçamento do Estado que trata a crise climática como uma nota de rodapé, estaremos nas ruas para garantir que este não seja apenas mais um sábado "normal". Recusamo-nos a seguir com as nossas vidas como se mais de 200 pessoas não tivessem morrido afogadas nas cheias em Valência, e como se não estivéssemos todos cada vez mais vulneráveis. Nada disto é natural ou inevitável: é o resultado direto das decisões dos nossos Governos e das empresas, de continuar a queimar combustíveis fósseis para proteger os seus lucros, mesmo sabendo que isso equivale a condenar a humanidade à miséria e morte no inferno climático. Temos de pará-los enquanto podemos," afirma Inês.

No mesmo comunicado o Climáximo afirma que esta mobilização foi construída ao longo de dois meses, contando com a presença de dezenas de pessoas em assembleias e em eventos públicos, incluindo na zona onde o protesto irá desenrolar-se. Foram também levadas a cabo várias ações diretas, apelando à sociedade para "parar de consentir" com a violência da crise climática e sair à rua dia 23 de novembro.

O protesto terá início às 15h00 na Praça Paiva Couceiro e segue pela Rua Morais Soares, onde serão interpeladas dezenas de pessoas nos passeios, cafés e lojas, convidando-as a juntarem-se à mobilização.

Ao chegar à Praça do Chile, esta será bloqueada para "quebrar a normalidade catastrófica em que vivemos" e "abrir espaço na sociedade para a discussão urgente que não está a acontecer nos centros de poder: como agir em conjunto perante a maior crise que a humanidade já enfrentou", afirmam.