António Costa frisou ontem, depois do Conselho de Ministros, que há “uma redução muito significativa” do número de vacinas que Portugal vai dispor neste primeiro trimestre relativamente ao que tinha sido inicialmente contratado pela União Europeia.

“No nosso caso, em vez dos 4,4 milhões de doses, nós vamos receber neste primeiro trimestre 1,98 milhões de doses, o que significa que a nossa capacidade de vacinação neste primeiro trimestre vai ser cerca de metade daquilo que estava previsto nos contratos assinados entre as farmacêuticas e a Comissão Europeia”, indicou o primeiro-ministro.

O governante afirmou que “não há nenhum atraso nacional, há um atraso na origem”, reforçando que o problema não está na distribuição nem na falta de recursos humanos para administrar a vacina, estando sim “fora de Portugal”.

Neste sentido, o Público refere que, como são utilizadas duas doses por pessoa de cada uma das três vacinas autorizadas no país, só será possível vacinar por completo cerca de um milhão de pessoas nesse período.

No plano de vacinação, anunciado em dezembro passado, foi referido que, nos primeiros três meses do ano, seriam entregues mais de quatro milhões de doses. Com estes números, seria possível vacinar mais de dois milhões de pessoas em Portugal nesse mesmo espaço de tempo.

A semana passada arrancou uma nova fase da vacinação contra a covid-19 em Portugal, dirigida a pessoas com 80 ou mais anos e com mais de 50 anos com doenças associadas. Para facilitar a administração, vários municípios do país articularam com os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) a escolha de espaços onde tal ocorre.

Até quarta-feira, segundo dados da DGS, tinham sido administradas 415.283 vacinas contra a covid-19, tendo mais de 116 mil pessoas recebido as duas doses e perto de 300 mil apenas uma dose.