Em declarações à Agência Lusa, Joaquim Moreira lembrou que na sexta-feira cerca de 60 bombeiros voluntários "apresentaram um pedido de inatividade do quadro" deixando o contingente muito deficitário.
"Não tenho pessoal para responder às necessidades. Desde ontem [sexta-feira] que já não é possível fazer alguns serviços. Se já é difícil numa situação normal, imagine agora com bem menos bombeiros", desabafou o comandante vila-condense.
Questionado se com esta incapacidade de resposta segurança da população local está posta em causa, Joaquim Moreira reconhece que "o tempo de resposta não será o ideal".
"A Autoridade de Proteção Civil está dentro do problema e em função da localização vai fazer deslocar outros meios mais próximos. A ajuda não está em causa, porque haverá sempre outros meios, mas a resposta imediata é que poderá falhar", explicou.
O comandante dos bombeiros vila-condenses não confirmou que haja uma paragem total, dizendo que é possível "acionar alguns meios," mas vincou que "não há gente suficiente para responder a uma situação grave".
José Pedrosa, um dos 60 bombeiros que na sexta-feira assinaram um pedido de inatividade do quadro com efeitos imediatos, garantiu que a situação só inverterá "quando a presidente da direção se demitir".
"Tudo o que vier a acontecer é da responsabilidade da direção", apontou o bombeiro.
Os voluntários de Vila do Conde têm apontado nos últimos meses "um clima de crispação" na corporação, que segundo eles "vem desde que os atuais órgãos sociais da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila do Conde tomaram posse".
Na semana passada, terão entregue um pedido de passagem ao quadro de reserva, que foi recusado, levando a que agora solicitassem esta figura da "inatividade do quadro", na qual continuam como bombeiros, mas não prestam serviços.
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