Os moradores de Cartum foram acordados por tiros de artilharia e barulho de combates, minutos após o fim da trégua de 72 horas, que começou às 06:00 locais (05:00 em Lisboa) de domingo, explicaram as testemunhas.
Omdurman, subúrbio a norte da capital, foi alvo de “bombardeios de artilharia” e “combates”, enquanto “aviões de combate” sobrevoavam outras áreas próximas, acrescentaram.
O exército, comandado pelo general Abdel Fattah al-Burhane, e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido, do general Mohamed Hamdane Daglo, aceitaram o cessar-fogo para permitir a passagem de ajuda humanitária por este país da África Oriental, um dos mais pobres do mundo.
Na noite de terça-feira, o último dia da trégua, um grande incêndio atingiu o quartel-general dos serviços de inteligência na capital.
As Forças de Apoio Rápido “bombardearam o prédio”, violando a trégua, assegurou à AFP uma fonte do exército.
Por sua vez, fonte destas forças contrapuseram que foi um “‘drone’ do exército que bombardeou o prédio onde as tropas das forças estavam reunidas, causando o incêndio e a destruição parcial do quartel-general da inteligência”.
As tréguas anteriores tinham sido violadas assim que entraram em vigor.
Desde 15 de abril, a guerra já matou mais de 2.000 pessoas, segundo a organização não-governamental ACLED, e mais de 2,5 milhões de deslocados e refugiados, segundo a ONU.
A comunidade internacional, reunida em Genebra, prometeu na segunda-feira 1,5 mil milhões de dólares em ajuda, metade das necessidades apresentadas pelas agências humanitárias.
Segundo a ONU, 25 dos 48 milhões de sudaneses não conseguem sobreviver sem ajuda humanitária. Na terça-feira, o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados revelou que mais de 500.000 pessoas fugiram dos combates no Sudão para o estrangeiro.
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