Uma equipa internacional de cientistas iniciou em 2017 uma viagem no leste do Mediterrâneo, através do Canal de Suez e em torno do Golfo Pérsico, para medir a qualidade do ar com equipamentos especializados.
Concluíram que a vasta maioria das partículas finas — que podem penetrar profundamente nos pulmões, representando assim um risco importante para a saúde – é de origem humana e provém essencialmente da produção e utilização de combustíveis fósseis e carvão.
Esta constatação afasta a ideia, até agora dominante, que eram fenómenos naturais, como o pó do deserto, que afetavam a qualidade do ar destas regiões.
Os cientistas também detetaram a presença importante de elementos tóxicos, com o dióxido de enxofre, ligados à indústria petrolífera ou ao transporte marítimo.
“Há refinarias, como as da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos, que são importantes fontes de poluição do ar, mas também os barcos no Mar Vermelho e na região do Canal do Suez”, detalhou o autor principal do estudo e investigador no Instituto Max Planck, Jos Lelieveld.
A equipa procurou calcular o excesso de mortalidade causada pela poluição do ar em cada ano na região, concluindo que é bem mais elevada do que nos países ocidentais industrializados.
O número de mortes atribuíveis à poluição do ar é de 15,9% no Koweït, o que compara com três por cento nos Estados Unidos.
No estudo quantificou-se que uma morte em cada oito na região pode ser atribuída à poluição ligada aos combustíveis fósseis.
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