“A evolução do presente quadro no âmbito da segurança interna continua a ser acompanhada através de gabinete constituído para o efeito, integrado pelas Forças e Serviços de Segurança e demais entidades que constituem o Gabinete Coordenador de Segurança”, afirma aquele organismo num lacónico comunicado de dois parágrafos, assinado pela secretária-geral, Maria Helena Fazenda.

Os responsáveis recusaram-se a prestar declarações aos jornalistas presentes no local.

Não foram avançados quaisquer pormenores sobre o que foi debatido na reunião, nem as estratégias que aquele gabinete vai adotar relativamente ao problema do abastecimento de combustíveis.

A secretária-geral do Sistema de Segurança Interna, Helena Fazenda, convocou a meio da tarde uma reunião para as 18:00 com as entidades que integram o Gabinete Coordenador de Segurança para analisarem a crise criada pela greve dos motoristas que transportam combustíveis.

O Gabinete Coordenador de Segurança integra todas as forças e serviços de segurança, nomeadamente GNR, PSP, PJ e SEF e também os serviços de informações (SIS e SIED).

O primeiro-ministro, António Costa, disse hoje que o Governo está a desenvolver contactos para o alargamento dos serviços mínimos a todo o país, para minorar os impactos da greve dos motoristas de matérias perigosas.

António Costa disse esperar que ainda hoje aquela situação fique resolvida e que, "tão breve quanto possível", as partes envolvidas no conflito laboral se sentem à mesa e a greve possa ser superada.

O Governo decretou a Situação de Alerta e de Crise Energética entre terça-feira e domingo, alegando que os motoristas em greve não cumpriram a requisição civil imposta.

A Declaração da Situação de Alerta garante o abastecimento mínimo dos postos de combustível que fornecem serviços essenciais, como forças de segurança, emergência médica e proteção e socorro.

A Situação de Alerta pressupõe o reconhecimento de uma crise energética, “que acautele de imediato níveis mínimos nos postos de abastecimento, de forma a garantir o abastecimento de serviços essenciais, designadamente para forças e serviços de segurança, assim como emergência médica, proteção e socorro”, indica o Ministério da Administração Interna em comunicado.

São acionadas de imediato as estruturas de coordenação institucional das forças e serviços de segurança, bem como das estruturas da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e um elevado grau de prontidão e resposta operacional por parte das forças e serviços de segurança e de todos os agentes de proteção civil.

Está ainda previsto um reforço de meios para operações de patrulhamento e escolta que garantam as operações de abastecimento de combustíveis, bem como a respetiva segurança de pessoas e bens.

Os serviços mínimos abrangem também 40% das operações normais de abastecimento de combustíveis aos postos da Grande Lisboa e Grande Porto, segundo o despacho publicado em Diário da República.

Estão igualmente abrangidas 30% das operações no transporte de granel, brancos e gás embalado, assim como o transporte de cargas necessárias nas refinarias e parques, na CLT e na CLC (Companhia Logística de Combustíveis), “nos casos em que a acumulação de 'stocks' de produtos refinados

A greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica e aumento da remuneração base.