Em declarações à Lusa, o vice-presidente do sindicato, Pedro Pardal Henriques, disse que falou por telefone “já várias vezes” com o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, sobre a greve que começou na segunda-feira e que está a afetar o abastecimento de combustíveis no país.

“Nós dissemos ao senhor ministro aquilo que já tínhamos dito antes, que parte dos serviços mínimos estão a ser assegurados, ou seja, os serviços de saúde e da proteção civil estão a ser assegurados e dissemos que estávamos disponíveis para cumprir a lei no que respeita à requisição civil”, afirmou o sindicalista.

Por isso, segundo acrescentou, “logo após a notificação que as empresas fizerem ao sindicato para que determinemos quais são os trabalhadores que irão fazer os serviços mínimos, nas 24 horas seguintes, que não serão necessárias serem esgotadas provavelmente, determinaremos quais os motoristas que vão fazer isso”.

Até ao momento, apenas uma empresa notificou o sindicato, disse a mesma fonte.

“As outras [empresas] têm estado a ameaçar os trabalhadores com despedimento. Aliás, acho que já devem estar todos os trabalhadores despedidos e até vejo com alguma dificuldade que sejam feitos serviços mínimos”, considerou o dirigente do SNMMP.

Hoje, o ministro da Economia, Siza Vieira, frisou que com a requisição civil “todos os motoristas de escala” estão obrigados a cumprir os serviços mínimos.

Porém, o sindicalista defendeu que “não existem escalas”, uma vez que elas são determinadas na véspera, tendo a greve começado nesse dia, ou seja, às 00:00 de segunda-feira.

“Estas pessoas estão desde domingo à meia-noite em greve e o contrato de trabalho suspendeu-se nessa altura”, reforçou Pedro Pardal Henriques, considerando que o Governo está a “tentar tapar o sol com a peneira”.

Segundo o sindicalista, dificilmente os trabalhadores irão desmobilizar “porque foram ignorados durante 20 anos e estão a aguardar que alguém os ouça”.

O sindicato foi criado "há cerca de cinco meses" e representa perto de 800 trabalhadores, de um universo de quase 900, disse Pedro Pardal Henriques.

A estrutura sindical começou por ser uma associação mas, segundo a mesma fonte, a ANTRAM entendeu que a mesma não tinha legitimidade para negociar, tendo a associação se convertido em sindicato, explicou.

"Somos totalmente independentes e não aceitamos ligar-nos a nenhuma entidade sindical nem a nenhum partido político", acrescentou Pardal Henriques.

A greve nacional dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.