A iniciativa, que durará três dias, foi marcada para Tienditas, junto à fronteira com a Colômbia, a escassas centenas de metros onde acontece o concerto “Venezuela Live Aid”, convocado pelo bilionário Richard Branson para apoiar a entrada de ajuda humanitária na Venezuela e o autoproclamado Presidente interino, Juan Guaidó.

O concerto organizado por Maduro contará com a presença de 40 artistas venezuelanos e de dirigentes da revolução bolivariana.

Segundo a agência Efe, no arranque do espetáculo viam-se dezenas de militares, fiéis ao regime de Maduro, na assistência enquanto num ecrã gigante eram difundidas mensagens pela paz e “contra a ingerência estrangeira”.

No concerto pró-Guaidó “Venezuela Live Aid”, os espetadores gritaram “Liberdade” e “o Governo vai cair”, vestidos de branco e segurando bandeiras daquele país.

Em conferência de imprensa, Richard Brenson, fundador da Virgin Records, explicou que o evento tem o propósito de angariar doações através da Internet para comprar comida e medicamentos para os venezuelanos, devido à grave crise económica e graves carências que passam.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou já dezenas de mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou cerca de 3,4 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Em 2016, a população da Venezuela era de aproximadamente 31,7 milhões de habitantes e no país residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.