A reunião deste órgão máximo entre congressos foi convocada pelo presidente do PS, Carlos César, para o início da tarde de hoje, tendo a análise da situação política como o único ponto da ordem de trabalhos, e vai decorrer dois dias depois de se ter reunido, em Lisboa, a Comissão Política Nacional (CPN) do partido.
Nessa reunião, o partido mostrou-se alinhado com a visão de Pedro Nuno Santos para a legislatura. O líder socialista assumiu desde a noite eleitoral que o partido vai ser oposição, mas manifestou abertura ao diálogo com o Governo, desde logo disponibilizando-se para viabilizar um eventual orçamento retificativo da Aliança Democrática (AD) limitado a “matérias de consenso”.
Na prática, o líder do PS referia-se à valorização das carreiras e grelhas salariais dos professores, forças de segurança, profissionais de saúde e oficiais de justiça, avançando que pretende ver resolvida esta matéria até ao verão.
Entre as personalidades do PS que, na reunião da CPN, se mostraram alinhados com esta visão está o dirigente socialista Francisco Assis, que saudou a abertura do partido ao diálogo, mas salientou também que Pedro Nuno Santos tem razão em considerar “praticamente impossível” o PS vir a viabilizar um Orçamento do Estado da AD.
“Só em circunstâncias excecionais é que se poderá justificar [votar a favor]. Estamos muito longe desse momento”, disse, criticando também a “pressão inadmissível” que considerou estar a ser feita sobre o PS e acusando a AD de não ter dado “um único sinal” de diálogo.
Em sentido contrário, José Luís Carneiro, adversário de Pedro Nuno Santos na disputa pela liderança do PS em dezembro, foi o único que manifestou publicamente dissonâncias neste tom geralmente consensual.
Apesar de não ter falado durante a reunião da CPN, Carneiro disse aos jornalistas à entrada que a disponibilidade para viabilizar um orçamento retificativo da AD é uma “posição sensata”, mas distanciou-se quanto à ideia de que é “praticamente impossível” o PS fazer o mesmo quanto ao Orçamento do Estado.
“Ainda é cedo. (…) É uma discussão, do meu ponto de vista, que não é oportuna tendo em consideração que estamos ainda longe dessa fase”, frisou.
A última reunião da Comissão Nacional do PS decorreu em 13 de janeiro em Coimbra, uma semana depois do Congresso do partido que consagrou Pedro Nuno Santos como novo líder socialista. Nessa ocasião, foi eleito o Secretariado e a Comissão Política do partido.
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