Depois de uma primeira visita na passada quarta-feira à unidade de produção de vacinas contra a covid-19 da Thermo Fisher Scientific (subcontratante da AstraZeneca) na Bélgica, Thierry Breton irá “visitar outras fábricas nas próximas semanas”, disse à agência Lusa fonte do gabinete do comissário europeu.
“O objetivo é permitir aos fabricantes assinalar quaisquer eventuais dificuldades com a produção, nas quebras na cadeia de abastecimento e na disponibilidade de matérias-primas e tentar ajudar a resolver estes problemas”, refere a mesma fonte, numa alusão ao facto de estas vacinas serem compostas por várias componentes.
Estas ações presenciais de Thierry Breton, que conhece bem a indústria por ter já sido presidente executivo de várias empresas em França, surgem por o comissário europeu francês ter sido nomeado como líder de um grupo de trabalho sobre a produção de vacinas contra a covid-19, numa altura de grande tensão entre Bruxelas e as farmacêuticas.
Depois de algumas farmacêuticas (como a AstraZeneca) terem informado a instituição de que irão entregar menos doses do que as acordadas para o primeiro trimestre de 2021, Bruxelas criou então este grupo para tentar resolver a atual capacidade insuficiente de produção para os 27 Estados-membros, o que já levou a atrasos na distribuição, nomeadamente para Portugal.
“A ‘task force’ reunirá empresas ao longo da cadeia de abastecimento para identificar e resolver coletivamente as dificuldades. Irá também fornecer apoio operacional às empresas com quaisquer questões relativas à produção industrial”, explicou a fonte do gabinete de Breton à Lusa.
Será, ainda, estabelecido um “programa de preparação, cujo objetivo é desenvolver e produzir as vacinas para combater as novas variantes do vírus”, adianta.
Questionado pela Lusa se um dos objetivos do grupo de trabalho é encontrar novos locais de produção no espaço comunitário, a fonte observou que “uma das formas mais rápidas de aumentar a produção é, de facto, envolver as instalações da UE que têm capacidades relevantes disponíveis”.
Para tal, existem já “empresas em contacto com outras para as ajudarem na produção”, exemplificou a fonte, numa alusão ao anúncio feito por exemplo pela farmacêutica Sanofi, que vai produzir 125 milhões de doses da vacina da Pfizer e da BioNTech.
“A Comissão está a encorajar, e facilitará, se necessário, este tipo de acordos”, adiantou.
A UE tem uma carteira de oito vacinas contra a covid-19, que além das já aprovadas e em uso (Pfizer e BioNTech, Moderna e AstraZeneca), inclui as da Sanofi-GSK, Janssen Pharmaceutica NV e CureVac, para as quais já foram formalizados contratos de aquisição, e as da Novavax e Valneva, para as quais foram apenas concluídas conversações exploratórias.
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