Segundo o The Guardian, foi revelado o mapa a três dimensões da Via Láctea mais preciso de sempre, um feito da Agência Espacial Europeia e que promete lançar uma nova luz sobre o funcionamento da galáxia e sobre os mistérios do universo em geral.
O mapa, cujos dados foram obtidos através da sonda Gaia, contém detalhes suficientes para que os astrónomos possam medir a aceleração do sistema solar e calcular a massa da galáxia. Estes dados, por sua vez, fornecerão pistas sobre a forma como o sistema solar se formou e o ritmo a que o universo se expandiu desde os primórdios dos tempos.
Através da observação e análise dos movimentos das estrelas, foram descobertos processos destrutivos para além da Via Láctea. Assim, uma leve corrente de estrelas avistada entre duas galáxias próximas é a prova de que a mais maciça Grande Nuvem de Magalhães está a devorar a mais diminuída Pequena Nuvem de Magalhães.
Muitos dos corpos que a sonda Gaia observa são quasares - objetos extremamente distantes e que são alimentados por buracos negros que têm um mil milhão de vezes a massa do sol. Ao medir o movimento do sistema solar relativamente a estes, os dados de Gaia mostram que o sistema solar está a cair para o centro da Via Láctea com uma aceleração de cerca de 7 milímetros por segundo todos os anos.
Conhecido como o Galaxy Surveyor, Gaia orbita o planeta a partir de uma posição gravitacionalmente estável e conhecida como ponto de Lagrange, a 14.966.689 quilómetros da Terra, na direção oposta à do Sol.
Durante os últimos sete anos (desde 2013), a sonda mediu as posições e velocidades de quase 2 mil milhões de estrelas. Os dados obtidos permitem aos astrónomos reconstituir a distribuição da matéria na Via Láctea e, assim, calcular diretamente a sua massa.
Os pontos de Lagrange são regiões no espaço onde as forças gravitacionais tendem a fazer com que os objetos permaneçam estáveis. Para a Agência Espacial Europeia, isto significa que é necessário pouco combustível para manter a localização da sonda. Para além disto, esta localização tem a vantagem de estar suficientemente longe da Terra para evitar que a poluição luminosa perturbe a visão das estrelas.
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