A habitação tem sido um tema recorrente no último ano, sobretudo devido às subidas das taxas de juro. Esta terça-feira o Idealista disponibilizou alguns dados relativos à compra de casas e a verdade é dura para quem sonha ainda comprar uma habitação.

De acordo com estes especialistas, comprar uma casa em Portugal está agora 42% mais caro do que há quatro anos, antes da pandemia de covid-19.

"Os dados do idealista/data espelham bem esta realidade: comprar uma habitação em Portugal ficou 42% mais caro entre junho de 2019 e junho de 2023. E com a subida dos juros, o salário necessário para garantir uma taxa de esforço de 30% no crédito habitação (a recomendada) mais do que duplicou em apenas quatro anos", começa por ler-se no site, onde é feita também uma comparação com os preços concretos de 2019 e agora de 2023.

"Uma família conseguia comprar uma casa com dois quartos em Portugal (após negociação) pelo valor mediano de 147.604 euros, tendo de ter poupado mais de 44 mil euros para dar 20% de entrada no crédito habitação (...) Agora, a realidade em Portugal é bem diferente. Mesmo depois da negociação, as famílias estão a comprar casas de tipologia T2 pelo valor mediano de 209.689 euros no segundo trimestre de 2023, um preço 42% superior face ao mesmo período de 2019. E as poupanças necessárias para avançar com a aquisição da habitação subiram na mesma medida para 62.907 euros.".

Lisboa lidera preços elevados

Sem espanto, é a capital portuguesa aquela onde é mais caro comprar casa e onde os rendimentos têm de ser mais elevados para conseguir pagar as despesas inerentes à habitação.

"Lisboa é a cidade onde comprar casa é mais caro: o preço mediano fixou-se em 411.472 euros entre abril e junho de 2023. E, por conseguinte, para viver na capital portuguesa é preciso ter mais poupanças e estar preparado para pagar uma prestação da casa mais elevada, que se fixou em 1.584 euros mensais, considerando um crédito habitação financiado a 80% com custo de 4,14% em maio de 2023, segundo os dados do BCE. Aqui as famílias têm de disponibilizar um salário líquido de 4.525 euros/mês (mais de 63 mil euros por ano), para que a prestação da casa não pese mais de 30% no seu rendimento", diz o artigo, que salienta também que no Porto os agregados familiares têm de ganhar salários líquidos superiores a 3.200 euros mensais para conseguir que a prestação da casa – que é superior a 1.100 euros/mês – não represente mais de um terço do rendimento disponível.