“Esta moção vai até ao fim, tenha ou não tenha candidato, apareça ou não um D.Sebastião”, disse à Lusa o presidente da distrital de Setúbal.
Neste momento não há, para os subscritores da moção, um candidato a líder definido, no entanto, isso não quer dizer “que não esteja pensado”, indicou João Merino, referindo que estes dirigentes acreditam que “o candidato possa aparecer” durante o congresso.
“E poderá ser uma surpresa, mas vai depender da forma como o congresso vai reagindo às nossas ideias. Perante isso, tudo é possível, vamos aguardar”, afirmou.
Questionado se a solução pode passar por Manuel Monteiro, o líder distrital considerou que “tinha condições para ser candidato, qualquer ex-presidente tinha”.
João Merino apontou igualmente que a moção “quando apareceu, apareceu sem candidato” e que “nenhum presidente distrital era candidato e continua a não ser”.
Os presidentes das 11 estruturas distritais que subscreveram a moção de estratégia global “Pelas mesmas razões de sempre” (‘slogan’ utilizado na campanha das eleições legislativas de janeiro) reuniram-se na quinta-feira à noite para definir a estratégia para o congresso eletivo deste fim de semana.
Entre os apoiantes da moção estão os líderes das distritais de Setúbal, Porto, Aveiro, Vila Real, Coimbra ou Évora, afetos ao líder demissionário, Francisco Rodrigues dos Santos.
Nesse encontro, os dirigentes começaram “a preparar listas para os órgãos”.
Questionado se está fora de questão um apoio ao eurodeputado Nuno Melo na corrida à liderança do CDS-PP por parte destes dirigentes, o presidente da estrutura de Setúbal respondeu que “neste momento não é esse o caminho que foi discutido nem está pensado” e que esse cenário “é muito difícil que possa acontecer”, lamentando que não tenha havido “qualquer contacto” por parte da candidatura com as distritais.
Já sobre os outros três candidatos – Nuno Correia da Silva, Miguel Mattos Chaves e Bruno Filipe Costa -, indicou que “têm um mérito muito grande por terem dado a cara” e serão tidos “em conta como parte da solução”.
Defendendo que esta moção - coordenada pelo vice-presidente Miguel Barbosa e baseada na moção com a qual Francisco Rodrigues dos Santos venceu o último congresso – é a “estratégia mais válida” para o partido nos próximos anos, o dirigente sustentou que “vai até ao final porque é muito importante apostar em reconstruir o partido, voltar às bases”.
No que toca aos apoios com que cada moção conta, o dirigente afirmou que “os números estão muito equilibrados neste momento”.
E acredita que o congresso vai ser “muito animado, mas construtivo”, recusando “fazer peixeirada” mas sim “falar de coisas sérias, com verdade, mas construtivamente, falar para as bases”.
O 29.º Congresso do CDS-PP vai reunir-se sábado e domingo em Guimarães (distrito de Braga) para eleger o próximo presidente do partido.
Esta reunião magna acontece dois meses depois das eleições legislativas de 30 de janeiro, nas quais o CDS-PP teve o pior resultado de sempre (1,6%) e perdeu pela primeira vez a representação na Assembleia da República.
O atual líder, Francisco Rodrigues dos Santos, que tinha sido eleito em janeiro de 2020, demitiu-se na noite eleitoral depois de conhecidos os resultados.
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