Estes recados do vice-presidente da Câmara de Cascais foram transmitidos no segundo de três dias do 38º Congresso Nacional do PSD, em Viana do Castelo, num discurso em que defendeu que as disputas nas eleições diretas no partido "já lá vão" e em que também advertiu o líder social-democrata, Rui Rio, de que deve contar com "todos" os militantes e apostar em "novos rostos".
A principal crítica de Miguel Pinto Luz foi dirigida aos que apostam em taticismos baseados no calendário político para fins de carreira pessoal.
"Não podemos olhar para estas eleições autárquicas com um olhar cínico, com um olhar tático, esperando que tudo corra mal, para depois saírem da reserva senatorial e apontarem o dedo aos outros que disseram presente. Chega de cinismos, chega de taticismo e ganhemos o país", apelou o vice-presidente da Câmara de Cascais.
Miguel Pinto Luz criticou depois "aqueles que querem ser senadores sem nunca terem provado o gosto amargo da derrota ou, tão pouco, terem alguma vez provado o sabor doce da vitória".
"São senadores simplesmente porque entendem que sim. A autoestima é essencial na política, mas o que faz de nós verdadeiros senadores é o serviço que prestamos ao nosso partido e ao nosso país", contrapôs.
Na sua intervenção, ainda a propósito de eleições autárquicas, Miguel Pinto Luz deixou alguns recados à direção liderada por Rui Rio.
"Do meu ponto de vista, somos obrigados a ganhar as eleições autárquicas e precisamos de regenerar, porque há muita gente de qualidade que nunca teve a sua oportunidade. Não voltaremos a ser o maior partido autárquico com os rostos do passado e para ganhar precisamos mesmo de todos. Já escolhemos o presidente do partido [Rui Rio], está escolhido", frisou, numa mensagem a favor da unidade interna partidária.
A intervenção de Miguel Pinto Luz abriu a sua intervenção com um reparo ao presidente da mesa do Congresso, Paulo Mota Pinto, por ter advertido várias vezes o ex-candidato à liderança Luís Montenegro pelo facto de ter ultrapassado o tempo limite da sua intervenção.
Segundo Pinto Luz, Montenegro merece "o respeito e a tolerância" de todos os delegados na sua intervenção de fundo que fez perante o congresso.
Paulo Mota Pinto respondeu imediatamente: "Na visão da mesa, o companheiro Luís Montenegro teve essa tolerância".
Luís Montenegro tinha dez minutos para discursar, mas acabou por gastar 16 minutos na sua intervenção.
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