Santos, filho de imigrantes brasileiros, foi expulso com 311 votos a favor e 114 contra, com muitos dos colegas Republicanos a juntarem-se aos Democratas para alcançar os dois terços necessários que forçaram a sua saída do Congresso.
Ao ficar claro que os votos para a expulsão seriam suficientes, Santos apertou a mão dos poucos aliados e deixou a Câmara antes do anúncio do resultado final.
O seu lugar, como representante de um distrito rico em Long Island (Nova Iorque), está agora vago enquanto se aguardam as eleições.
A expulsão do Republicano é a sexta de um legislador nos 230 anos de história do Congresso dos Estados Unidos, tornando-se uma medida excecional que, no caso de Santos, não tem precedentes.
As três primeiras expulsões, em 1861, foram de separatistas da Confederação, enquanto as outras duas, em 1981 e 2002, foram de congressistas condenados por crimes de corrupção.
Santos não foi condenado por nenhum crime, mas foram-lhe imputadas 13 acusações de fraude, branqueamento de capitais e roubo de fundos públicos, entre outros.
O agora ex-congressista também é acusado num relatório interno do Comité de Ética da Câmara dos Representantes, controlado precisamente pelos Republicanos, de ter arrecadado mais de 200 mil dólares (184 mil euros) dos fundos de campanha para fins pessoais.
Entre as despesas que Santos terá feito com esse dinheiro estão compras em lojas como Hermès, Ferragamo ou Sephora, assinatura da página de conteúdo adulto ‘OnlyFans’ ou viagens diversas, além de pagamentos recorrentes dos cartões de crédito.
Mas, além de supostos crimes e má conduta ética, o que realmente tornou Santos famoso durante os 11 meses em que foi congressista foram os escândalos recorrentes, geralmente relacionados com as mentiras que contou ao longo da campanha eleitoral.
Santos, um fiel apoiante de Donald Trump, mentiu quando contou que os avós tinham fugido do Holocausto, quando afirmou que a mãe tinha sobrevivido aos ataques às Torres Gémeas em Nova Iorque ou quando disse que era judeu.
Mentiu também no currículo, quando disse que tinha trabalhado em Wall Street ou que tinha estudado na Universidade de Nova Iorque.
Santos também tinha um processo judicial aberto por fraude no Brasil, onde morou e de onde fugiu sem prestar contas.
Tudo isso levou às duas primeiras tentativas de expulsão do Congresso, a que George Santos sobreviveu.
Na quinta-feira, nas últimas horas como Congressista, a Câmara dos Representantes realizou um debate em que Santos enfrentou, sobretudo, os colegas de partido que viriam a permitir sua queda.
“Você é um ladrão”, disse o Republicano Max Miller dirigindo-se a Santos.
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