“Atendendo à informação veiculada recentemente pela comunicação social, denunciando um possível encerramento da fábrica Cofaco no Pico, e considerando a importância que esta infraestrutura representa para a vida económica e social da ilha, gostaria este conselho de ser esclarecido sobre este processo e ver assegurada a permanência desta unidade fabril no Pico”, refere o documento a que a agência Lusa teve hoje acesso.
A Cofaco emprega cerca de 200 pessoas, a esmagadora maioria mulheres.
No dia 14, trabalhadores da fábrica concentraram-se à porta da empresa exigindo respostas da administração da conserveira e do executivo açoriano sobre o futuro da unidade fabril.
Um dia antes, o parlamento dos Açores aprovou por unanimidade uma resolução, apresentada pelo PSD, para que sejam acautelados os postos de trabalho na unidade durante o processo de construção da nova fábrica.
Na ocasião, o secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia, Gui Menezes, disse não ter informações sobre qual será o futuro dos postos de trabalho na Cofaco, prometendo, no entanto, estar "muito atento".
"Não nos foi comunicado se vai haver despedimentos, se não vai haver despedimentos, nem como é que eles serão feitos. O que posso dizer é que, naturalmente, o Governo Regional vai estar muito atento", garantiu o governante.
No memorando enviado ao Governo Regional, o Conselho de Ilha, organismo consultivo que integra autarcas e representantes dos sindicatos, associações empresariais e outras entidades ligadas ao ambiente, pescas ou agricultura, dedica seis pontos à saúde.
Neste âmbito, o Conselho de Ilha quer ver esclarecido se estão garantidos os meios humanos necessários para a operacionalidade das duas viaturas de suporte imediato de vida (SIV) e insiste num maior número de consultas de especialidade para evitar a deslocação de utentes a outras ilhas e reduzir os tempos de espera.
Os conselheiros, que retomam assuntos de visitas estatutárias anteriores, manifestam, também, preocupação quanto às condições de operacionalidade do porto da Madalena, que sofreu danos em fevereiro na sequência de ondas de 13 metros, e perguntam sobre a calendarização das obras.
A transportadora aérea açoriana, SATA, merece reparos deste organismo, que assume insatisfação quanto ao serviço prestado pela companhia.
“Este Conselho de Ilha reivindica veemente para o Pico, além da reposição do número de lugares nas ligações, também o aumento” destes, lê-se no documento que, nas áreas da agricultura e florestas, considera “muito insuficientes as verbas destinadas” à conservação de caminhos.
O Conselho de Ilha do Pico reitera, ainda, o pedido de ser estendido “às restantes ilhas, além de são Miguel e Terceira, o aumento do prémio à vaca leiteira”, sustentando que “para a subsistência do setor é imperativo o aumento do preço do leite pago ao produtor e a criação de produtos diferenciados”.
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