O encontro, presidido pela ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Mariana Vieira da Silva, aconteceu na sequência de um convite do primeiro-ministro, António Costa, aos membros daquele órgão consultivo do Governo em questões de emigração.
António Costa não esteve presente na reunião por se encontrar na Alemanha para a entrega do Prémio Carlos Magno ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
Na reunião com os 12 membros do Conselho Permanente das Comunidades, estiveram presentes, além do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e do secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, - que tutelam a área - ministros e secretários de Estado da Cultura, Trabalho, Finanças, Ciência, Administração Interna e Justiça.
No final do encontro, Mariana Vieira da Silva explicou aos jornalistas que os temas a discutir foram escolhidos pelos conselheiros.
"Foi uma reunião muito útil porque os conselheiros que vêm dos mais diversos pontos do mundo trouxeram problemas concretos. A alguns pudemos responder na hora, outros ficamos com um caderno de encargos e de trabalho para desenvolver", disse.
Para a ministra da Presidência, tratou-se de uma "conversa franca com os titulares das pastas", que permitiu "tomar conhecimento de problemas e responder a perguntas".
Os representantes da emigração queixam-se frequentemente do que consideram falta de sensibilidade dos ministros das outras pastas para as questões da emigração, mas Mariana Viera da Silva assegurou que, neste Executivo, a sensibilidade para esta matérias "é grande".
"Esta reunião mostra que a sensibilidade do Governo, como um todo, é grande. A presença das várias áreas governativas na reunião e a capacidade de conversar sobre os problemas aumenta sempre a perceção sobre os pormenores e a capacidade de resposta", considerou.
Mariana Vieira da Silva assumiu o compromisso deste Governo com a "prática regular" de reuniões alargadas com o Conselho das Comunidades.
"Só podemos assumir compromissos com este Governo. A vontade do Governo é continuar este trabalho, sobre futuros governos é um compromisso que cada partido deve assumir", adiantou.
Flávio Martins, presidente do Conselho Permanente do CCP, mostrou-se satisfeito à saída do encontro, considerando que esta reunião é um sinal da "mudança de paradigma" de Portugal em relação às comunidades portuguesas.
"Foi uma excelente iniciativa que decorreu da sensibilização do atual Governo para as questões das comunidades e também dessa mudança de paradigma do próprio Portugal" em relação aos portugueses no estrangeiro, disse.
O presidente do CCP manifestou a vontade de que esta reunião "não seja apenas um ato", mas o "início de uma rotina" em que este órgão "possa trazer um pouco da voz das comunidades".
"Foi uma primeira reunião muito importante, não apenas pelos resultados, mas para que sirva de exemplo para outros governos, partidos e atores políticos, que perceberem que as comunidades não são hoje apenas aqueles que não tiveram oportunidade em Portugal", disse.
"São pessoas de segunda ou terceira gerações que têm potencialidades e podem também contribuir para o progresso" do país", acrescentou.
Sobre os principais resultados do encontro, Flávio Martins destacou o compromisso do reforço da comunicação com as comunidades.
"O que falta às vezes é uma comunicação mais próxima", disse.
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