De acordo com a convocatória da reunião, hoje publicada no Povo Livre (o órgão oficial do PSD), o segundo ponto da ordem de trabalhos da reunião é o seguinte: “análise dos resultados das eleições legislativas e da situação política e decisão sobre processo eleitoral para os órgãos nacionais do partido”.
Na semana passada, no final da reunião da Comissão Política Nacional do PSD, Rui Rio confirmou que irá deixar a presidência do partido e remeteu para o Conselho Nacional a marcação a data das próximas diretas, manifestando vontade de sair, no máximo, até ao início de julho.
A convocatória hoje divulgada permite, segundo fonte da direção explicou à Lusa, dois cenários: ou os conselheiros consideram razoável este prazo avançado pelo presidente do partido e só numa nova reunião do Conselho Nacional votariam um calendário; ou é entendido que o processo de substituição de Rui Rio deve ser mais rápido e ficará já estabelecida em Barcelos a baliza temporal das diretas e do Congresso, cabendo depois à direção fazer um cronograma completo a partir da decisão.
Numa altura em que ainda não há qualquer candidato assumido à liderança do PSD, o calendário eleitoral não é unânime, com algumas figuras do partido a defenderem um processo mais longo, de reflexão - e até com um Congresso prévio às diretas -, e outras estruturas a preferirem um calendário mais rápido, que permitisse ao partido ter um novo líder em abril e Congresso em maio.
“Acho que o razoável é o partido resolver este assunto no primeiro semestre, até ao início de julho. Se quiserem antecipar ainda mais pode-se antecipar ainda mais”, afirmou Rui Rio, na passada quinta-feira.
Fonte da direção esclareceu nessa altura que a direção não iria levar qualquer proposta de calendário à reunião de Barcelos, mas outros conselheiros poderiam fazê-lo.
A ordem de trabalhos do Conselho Nacional de 19 de fevereiro, marcado para as 16:00, no Auditório São Bento Meni, em Barcelos, tem ainda um primeiro ponto, destinado a aprovar o orçamento do PSD para 2022 e a fazer a repartição das receitas pelas instâncias do partido.
De acordo com os resultados provisórios das legislativas de domingo (e que ainda não incluem os quatro deputados eleitos pela emigração), o PSD conseguiu 27,8% dos votos e 71 deputados sozinho, subindo para 76 deputados e cerca de 29% do total dos votos somando os valores obtidos nas coligações de que fez parte na Madeira e dos Açores.
Ainda assim, quando se somarem os deputados da emigração, o PSD deverá ficar abaixo dos 79 que tem atualmente e ficou a quase 14 pontos percentuais do PS, que obteve a segunda maioria absoluta da sua história.
Na noite de domingo, Rui Rio já tinha aberto a porta à saída da liderança do PSD, cargo que ocupa desde janeiro de 2018, caso se viesse a confirmar a maioria absoluta do PS nestas eleições legislativas (o que aconteceu), considerando que dificilmente seria útil nessa conjuntura.
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