“Estima-se que a construção da Linha Casa da Música-Santo Ovídio dure, no total, cerca de 34 meses (dois anos e 10 meses)”, pode ler-se no EIA hoje colocado em consulta pública, no portal participa.pt.

De acordo com o resumo não técnico do estudo, a empreitada mais morosa de toda a obra será a da “Ponte sobre o rio Douro e Acessos”, que levará 32 meses, distribuídos entre Pontões da Arrábida (três meses); Viaduto Arrábida (4,5 meses); Viadutos A (14,5 meses); Viaduto B (7,7 meses); 3 Passagens Inferiores sob a Av. Eng.º Edgar Cardoso (2) e sob as vias da IP (1): no máximo 7 meses, junto à Rua Rei Ramiro.

O túnel mineiro entre as estações das Devesas e Santo Ovídio será a segunda parte mais morosa (excetuando as estações subterrâneas), com 21 meses de duração.

De resto, a caminho de Santo Ovídio o projeto apresenta duas opções de empreitada, uma das quais (solução base) “implica a demolição de alguns edifícios”.

“Pelo pouco recobrimento que apresenta na aproximação da estação terminal e pelos edifícios existentes por cima do túnel, apresenta-se como uma solução complexa e implica a demolição de alguns edifícios”, pode ler-se no resumo.

Segundo o estudo, a solução base “tem a vantagem de, em termos de exploração, permitir uma velocidade superior à atingida na solução alternativa”, também apresentada no EIA.

“Para a construção da Estação Santo Ovídio, independentemente da Solução selecionada para o túnel a oeste, também será necessário demolir a totalidade das construções existentes na parcela limitada pela Rua António Rodrigues Rocha (a norte) e o largo da Igreja Paroquial de Santo Ovídio”, pode ler-se no documento.

Apesar de minimizar “os impactes socioeconómicos” das demolições, a solução alternativa, “devido à configuração do seu traçado, é mais limitante no que respeita à velocidade de circulação”, por ter a “desvantagem de ter o Aparelho de Mudança de Via (AMV) mais afastado da estação terminal, o que obriga os veículos a percorrer uma maior distância para efetuarem a inversão de via”.

A estação Soares dos Reis, ainda em Vila Nova de Gaia, ficará instalada junto ao bairro Cabo Mor e, na estação das Devesas, a construção da estação em método ‘cut and cover’, para que “seu faseamento construtivo garanta o menor impacto possível no funcionamento das instalações e exploração do serviço da Estação das Devesas” e no tráfego rodoviário.

Já a estação Rotunda, na rotunda Edgar Cardoso, “terá, associado, um parque de estacionamento de grande capacidade” subterrâneo com “aproximadamente 500 lugares”, e “um parque urbano para lazer e atividades culturais”.

No Porto, a estação Campo Alegre será subterrânea e “foi estrategicamente implantada, de modo a salvaguardar as construções existentes, a minimizar o impacto na circulação viária da Rua de Entrecampos e Via Panorâmica e a evitar o transplante/abate do maior número possível de árvores existentes”.

“Além disso, a configuração adotada para esta estação permite garantir a rápida acessibilidade, tanto a partir da Rua do Campo Alegre, como das Faculdades de Ciências, de Letras e de Arquitetura da Universidade do Porto, sem ser necessário o atravessamento pedonal da Rua de Entrecampos e Via Panorâmica à superfície”, pode ler-se no EIA.

Ao nível dos impactos durante a obra, o estudo admite ser “provável, em alguns casos, não existirem medidas tecnológicas capazes de minimizarem, de forma suficiente, os impactes a nível do ruído, pelo que deverão ser necessárias medidas compensatórias, nomeadamente deslocação de pessoas para hotel em períodos de maior afetação”.

Em Gaia, as estações previstas para a linha Rubi são Santo Ovídio, Soares dos Reis, Devesas, Rotunda, Candal e Arrábida, e no Porto Campo Alegre e Casa da Música.

A construção da linha Rubi, prevista no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), custará 300 milhões de euros mais IVA.