"Os jovens marcam o ritmo de uma nova agenda e não podemos falhar", afirmou Teresa Ribera durante um encontro com a imprensa partilhado com a sua homóloga chilena, Carolina Schmidt.
Espanha ofereceu-se para acolher em Madrid a 25.ª Conferência das Partes (COP25) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas entre 02 e 13 de dezembro, depois de o Chile, que mantém a presidência do encontro, ter desistido de ser o anfitrião devido à contestação social vivida no país.
Teresa Ribera afirmou que a conferência das Nações Unidas deve abrir um novo ciclo, destacando que acontece duas semanas antes de começar a ser aplicado por inteiro o acordo internacional alcançado na conferência de Paris, em dezembro 2015, que estabelece vários compromissos, entre os quais a redução de emissões para evitar que o aumento da temperatura global ultrapasse os dois graus celsius, e preferencialmente que seja menor que 1,5ºC, acima dos valores médios da época anterior à revolução industrial.
Questionada sobre a presença da ativista adolescente sueca Greta Thunberg - cujo ativismo mobilizou jovens em todo o mundo para aderirem a greves às aulas pelo clima -, Ribera salientou que é "uma cidadã privada" mas reconheceu que é uma "referência importante" para a sociedade e que é preciso "encontrar espaços" para o diálogo e para que Thunberg possa divulgar a sua mensagem.
Em relação às manifestações esperadas durante a COP25, Teresa Ribera afirmou esperar que sejam "exigentes e construtivas" e previu que decorram "com total normalidade" e de forma pacífica, garantindo que a segurança será um dos aspetos mais importantes, face à presença em Madrid de cerca de meia centena de chefes de Estado e de Governo.
A maior manifestação esperada durante a conferência está marcada para as 18:00 locais de dia 06 de dezembro, coincidindo com a greve climática marcada pelo movimento 'Fridays for Future'.
Enquanto Carolina Schmidt e Teresa Ribera falavam com os jornalistas num hotel de Madrid, um pequeno grupo de manifestantes estava à porta do local, protestanto por o governo espanhol se disponibilizar a acolher a cimeira depois de o Chile se escusar, considerando que o clima de contestação social não o permitia.
Segurando uma faixa em que se lia "Espanha acolhe um governo assassino", os manifestantes gritavam palavras de ordem como "Enquanto Carolina toma o pequeno-almoço, o seu Governo assassina".
Durante o encontro, Carolina Schmidt afirmou que o Presidente chileno, Sebastián Piñera, não virá a Madrid, declarando que está ocupado com a "urgência do trabalho no Chile", apesar de o país sul-americano manter a presidência do encontro.
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