Fonte desta ONG (Organização Não Governamental), que pediu para não ser identificada por questões de segurança, disse à agência espanhola EFE que durante a COP27, que terminou na madrugada deste domingo, as autoridades egípcias prenderam 419 pessoas, entre as quais dez mulheres.
A mesma fonte adiantou que as prisões começaram ainda antes da cimeira, no início de outubro, e desde então mais de 840 pessoas foram detidas em todo o país, principalmente na área metropolitana do Cairo, entre as quais um menor de 13 anos.
Apenas quatro dos detidos foram libertados até agora, enquanto 798 permanecem sob custódia policial ou prisão preventiva.
A ONG adianta que 38 pessoas foram vítimas de desaparecimentos forçados.
No dia 16 de novembro foi ordenada a prisão preventiva de 20 pessoas após terem sido acusados de “divulgar notícias falsas” e “incitar a violência” durante a COP27, acusações que o Egito costuma fazer contra dissidentes, ativistas e vozes críticas.
Há dois meses surgiram nas redes sociais várias convocações anónimas para manifestações durante a COP27, dado o crescente descontentamento da população egípcia com o Governo e a premente crise económica que o país atravessa, marcada pela inflação e pela desvalorização da moeda local, que desde março perdeu quase a metade do seu valor.
Em resposta a esses apelos, as forças de segurança egípcias pararam os transeuntes no Cairo e noutras cidades do país para pedir a sua documentação e revistar os seus pertences, incluindo telemóveis, em busca de qualquer conteúdo ou mensagem crítica ao Governo do Presidente Abdelfatah al Sisi.
A 27.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas começou em 06 novembro e terminou hoje em Sharm-el-Sheik, no Egito, juntando mais de 35 mil participantes, nomeadamente vários líderes de países, com cerca de duas mil intervenções sobre mais de 300 tópicos.
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