A declaração de Choe Son-hui, diretora-geral do departamento para a América do Norte do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte, foi feita à sua passagem por Pequim, depois de se ter reunido com uma delegação norte-americana em Oslo, no início da semana, informaram fontes diplomáticas à agência de notícias sul-coreana Yonhap.
Choe Son-hui encabeçou uma missão norte-coreana que se reuniu com um grupo de especialistas norte-americanos, entre os quais Suzanne DiMaggio, diretora do centro de estudos New America; Thomas Pickering, antigo diplomata, e Robert Einhorn, ex-assessor especial sobre a desnuclearização do Departamento de Estado.
“Reuni-me com Pickering e voltaremos a falar quando se der oportunidade [para tal] no futuro”, assinalou a diplomata norte-coreana, quando questionada pelos jornalistas, no aeroporto internacional de Pequim, sobre esse encontro.
A reunião teve lugar após a recente escalada de tensão na península coreana devido aos repetidos ensaios nucleares de mísseis por parte de Pyongyang e à retórica endurecida da administração de Donald Trump que insinou a possibilidade de levar a cabo ataques preventivos.
A administração norte-americana, por seu lado, relativizou o encontro na capital norueguesa, pela voz de um porta-voz do Departamento de Estado, ao falar de “uma reunião rotineira realizada de forma independente ao Governo dos Estados Unidos”.
No início do mês, Trump afirmou, em entrevista à Bloomberg, estar disposto a reunir-se com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, “mediante as circunstâncias adequadas”, apesar de o porta-voz da Casa Branca Sean Spicer ter sublinhado, mais tarde, que as condições para que esse encontro seja possível não estão reunidas atualmente.
O último encontro entre altos dirigentes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte remonta a 2000, quando a então secretária de Estado norte-americana Madeleine Albright, na presidência de Bill Clinton, se reuniu com Kim Jong Il, pai do atual líder norte-coreano, Kim Jong-un.
Desde que chegou ao poder em 2011, Kim Jong-Un nunca se encontrou com qualquer dirigente político estrangeiro.
Já questionada sobre a possibilidade de um diálogo com Seul, a diplomata norte-coreana afirmou que Pyongyang “irá observar a situação” da Coreia do Sul.
Na quarta-feira, após tomar posse como Presidente da Coreia do Sul, o liberal Moon Jae-in, que durante a campanha eleitoral insistiu que pretendia procurar uma maior aproximação à Coreia do Norte, também afirmou estar disponível para visitar o país caso estejam reunidas as condições para tal.
“Estou disponível para ir a qualquer lado, pela paz na península coreana: se necessário irei imediatamente a Washington [e] a Pequim e a Tóquio. Se as condições estiverem reunidas irei a Pyongyang”, disse.
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