O Estado hermético, que ainda não confirmou a deteção de nenhum caso de covid-19 no seu território, fechou fronteiras e isolou cidades, entre outras medidas para enfrentar a pandemia.
Num novo relatório, o argentino Tomás Ojea Quintana, redator especial das Nações Unidas para a situação dos direitos humanos na Coreia do Norte, indicou que "medidas radicais de confinamento" parecem exceder as "violações habituais dos direitos humanos".
O número de pessoas que conseguiram sair do país caiu no ano passado, com 229 fugitivos a chegar à Coreia do Sul. Em 2019, foram 1.047 a conseguir fazê-lo, de acordo com o relatório.
O relatório conta com informações não confirmadas indicando que a Coreia do Norte estabeleceu uma zona tampão de um quilómetro ao longo das suas fronteiras, na qual as forças de segurança podem "atirar em qualquer um que virem" a tentar atravessá-la.
Várias pessoas foram executadas por violar medidas de proteção, especialmente por negociar ilegalmente com a China, disse Quintana, um especialista independente que não fala em nome da ONU.
O relatório observa que as restrições atuais, somadas às sanções internacionais e aos danos causados por ciclones e inundações em 2020, podem causar "uma grave crise alimentar".
“Foi relatado que pessoas morreram de fome e que aumentou o número de crianças e idosos que precisam recorrer à mendicância”, diz o texto.
Na década de 1990, centenas de milhares de pessoas morreram de fome na Coreia do Norte.
Antes da pandemia, mais de 45% da população era considerada desnutrida.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a Coreia do Norte havia realizado 13.259 testes covid-19 no final de 2020, todos negativos.
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