A carne de cão faz parte da tradição culinária da Coreia do Sul, onde cerca de um milhão de cães são comidos por ano, segundo estimativas.

No entanto, esse consumo está em declínio. Os sul-coreanos consideram o cão cada vez mais como um animal de estimação e não como um animal de produção, destinado a acabar na panela. Esta prática está a tornar-se um tabu entre os jovens e os defensores dos direitos dos animais são cada vez mais ouvidos.

O complexo Taepyeong-dong, localizado na cidade de Seongnam, sul de Seul, agrupava pelo menos seis matadouros, que abrigavam centenas de cães e era um dos principais fornecedores de carne canina de restaurantes especializados em todo o país.

O lugar será desmantelado em dois dias e vai ser transformado em parque público, explicaram as autoridades municipais.

Os defensores dos animais denunciaram os maus-tratos dos trabalhadores com os cães, e acusaram-nos de matar de maneira cruel, como por exemplo eletrocutá-los antes de matá-los na frente de outros cães trancados em gaiolas.

Ao visitar o matadouro na quinta-feira, os ativistas encontraram equipamento para eletrocutar e cadáveres de cães abandonados, segundo a organização norte-americana Humane Society International.

"É um momento histórico", declarou a associação dos defensores coreanos dos diretos dos animais, Kara, no seu blog. "Isto abrirá o caminho para novos fechos de matadouros de cães em todo o país e acelerará o declínio da indústria de carne canina como um todo".

Segundo um estudo realizado no ano passado, 70% dos sul-coreanos não comem carne de cão, mas só 40% consideram que o consumo dever ser proibido.

Cerca de 65% das pessoas entrevistadas acreditavam que os cães tinham de ser criados e mortos nas melhores condições possíveis.

Não existe uma lei que regule o abate de cães na Coreia do Sul. Os criadores pedem ao governo que sujeite este setor às mesmas regulações que o gado, mas os defensores do animal exigem a total abolição.