Na escola de dança que abriu em 2015, na cidade de Avenches, no cantão de Vaud, Dany Da Silva transmite a sua paixão a cerca de 140 alunos com idades compreendidas entre os quatro e os 56 anos, na sua maioria portugueses.
“A Escola Black Diamond’s é uma grande família. São pessoas que gostam de dançar e de passar tempo juntas, de partilhar a dança e a música. É um grupo muito unido”, afirmou o coreógrafo.
A paixão pela dança surgiu desde muito cedo na vida de Dany Da Silva. Aos 15 anos, o dançarino criou o seu próprio grupo de hip hop, que na altura reunia amigos que partilhavam da mesma paixão pela dança urbana.
“O momento de viragem deu-se quando decidimos participar na competição nacional de hip hop, na Suíça. No início, a gente dançava por gosto, mas a determinada altura eu decidi apostar na minha paixão e torná-la num projeto concreto para vivê-la de forma profissional”, salientou.
Segundo Dany Da Silva, os primeiros contactos profissionais começaram a surgir em 2014, quando o grupo Black Diamond’s participou pela primeira vez no campeonato nacional de hip hop, na Suíça. O coreógrafo recordou: “Quando ganhámos o título de primeiro lugar no campeonato nacional de hip hop, em 2014, surgiram os primeiros convites. Foi nesse preciso momento que tudo começou”.
Este ano, e pela sexta vez consecutiva, o grupo coreografado por Dany Da Silva sagrou-se campeão nacional de hip hop, feito que classificou a equipa para representar a Suíça no famoso World Hip Hop Dance Championship, na cidade de Phoenix, nos EUA.
Trata-se de um evento em que, a cada ano, se reúnem equipas de mais de 50 países que disputam o título mundial de dança hip hop.
A poucos dias da competição, que se realiza entre os dias 5 e 10 de agosto, a equipa deixou transparecer um estado de ansiedade e um entusiasmo próprios de quem vai enfrentar um campeonato do mundo.
“As expectativas para este ano são elevadas. Há seis anos que participamos nesta competição mundial, houve um ano em que quase chegámos à semi-final e, este ano, estamos com muita vontade de conseguir esse feito. Queremos levar a Suíça à semi-final e, quem sabe, à final”, afirmou Dany.
“Esperámos por este campeonato todo o ano. Trabalhámos intensamente durante seis meses para este evento. Para nós, este evento, representa todo o esforço e trabalho anual”, frisou ainda o coreógrafo.
“Temos apenas dois minutos para mostrar o que valemos. Este ano, queremos provar que na suíça também há talento”, acrescentou. O objetivo de cada equipa é apresentar uma performance com três estilos diferentes de hip hop.
O coreógrafo não esconde que o nível de exigência do campeonato mundial é extremamente elevado. “Os grupos com os quais competimos são grupos de alto nível, estamos face a países como o Japão, a Espanha, os EUA, em que a cultura da dança urbana é muito mais evoluída do que na Suíça. Países em que a oferta em termos de estágios e workshops na área da dança hip hop é bem maior”, salientou.
O profissional do hip hop afirmou à agência Lusa que o objetivo deste ano para o campeonato é “dar o melhor, sem ficar frustrado no caso de não conseguir um lugar no pódio”. “O facto de termos a sorte de participar já é para nós uma conquista”, acrescentou.
Quando questionado sobre quem financia os gastos associados à participação do grupo Black Diamond’s na competição mundial de hip hop nos EUA, o coreógrafo respondeu: “Não temos nenhum patrocinador, nem apoio de nenhuma instituição suíça. O financiamento para as viagens, hotel, inscrições e indumentária é todo do nosso bolso. Tentamos, durante todo o ano, trabalhar ao máximo para conseguir angariar os fundos necessários para participar neste evento”.
“Há países, como o Japão, que são patrocinados por grandes marcas, mas nós, na Suíça, está difícil de valorizar a dança. Queremos mudar essa tendência. Temos de mostrar que a dança é mais do que uma expressão artística, é um desporto, é nacional. Quando se vai representar um país, o país deveria apoiar financeiramente”, afirmou.
Dany Da Silva terminou a entrevista confessando: “Tenho vários sonhos, mas, há um pelo qual trabalho muito: chegar à final do campeonato do mundo de dança hip-hop. Talvez a sorte nos sorria em Phoenix, este ano”.
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