“A embaixada de Portugal em Pequim está a estabelecer contacto com os cidadãos portugueses que se encontram em Wuhan, tendo sido identificadas duas dezenas de cidadãos que são ali residentes, ou que se encontram em visita à cidade”, refere uma nota enviada à Lusa pelo gabinete da secretária de Estado das Comunidades Portuguesas.
O gabinete governamental explica que destes 20 cidadãos, “14 pessoas estavam já registadas como residentes em Wuhan junto da embaixada de Portugal em Pequim” e esclarece que, nos contactos com os portugueses, a embaixada “remeteu para as recomendações formuladas no Portal das Comunidades Portuguesas”.
A nota adianta que foi ainda criado um grupo de comunicação na rede social ‘WeChat’, através do qual “a embaixada mantém contacto com os cidadãos portugueses”, salientando que “foram igualmente disponibilizados os contactos de emergência da embaixada para o caso de necessidade”.
O documento adianta que no contexto da evolução do vírus “2019 – nCoV” a atuação do Ministério dos Negócios Estrangeiros português na China está a ser coordenada pela embaixada em Pequim, que “se encontra em articulação com outras representações consulares portuguesas no país (consulados de Macau, Xangai e Cantão) e com a Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas, em Lisboa”.
O gabinete de Berta Nunes acrescenta que a embaixada prossegue “a monitorização atenta de todos os desenvolvimentos, através do diálogo com as autoridades governamentais chinesas, com a delegação da União Europeia na China e com as embaixadas de outros países, tendo também participado em reuniões com representantes da Organização Mundial de Saúde na China”.
Os primeiros casos do vírus “2019 – nCoV” apareceram em meados de dezembro na cidade chinesa de Wuhan, capital e maior cidade da província de Hubei, no centro da China, quando começaram a chegar aos hospitais pessoas com uma pneumonia viral.
Os sintomas destes coronavírus são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, incluindo falta de ar.
Este novo vírus já provocou a morte a pelo menos 26 pessoas.
No território continental chinês há registo de mais de 800 pessoas infetadas e cerca de 1.000 casos suspeitos, tendo sido detetados outros casos em Macau, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos da América.
As autoridades chinesas consideram que o país está no ponto "mais crítico" no que toca à prevenção e controlo do vírus e colocaram em quarentena, impedindo entradas e saídas, três cidades onde vivem mais de 18 milhões de pessoas — Wuhan, e as vizinhas Huanggang e Ezhou.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde anunciou a ativação dos dispositivos de saúde pública de prevenção, enquanto o Centro Europeu de Controlo de Doenças elevou para ‘moderado’ o risco de contágio na União Europeia, continuando a monitorizar a situação e a realizar avaliações rápidas de risco.
O comité de emergência da Organização Mundial de Saúde, reunido na terça e quarta-feira, em Genebra, na Suíça, optou por não declarar emergência de saúde pública internacional, receando que seja demasiado cedo, embora reconheça que há esse risco.
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