Relativamente à questão de haver um local de isolamento, “seja no domicílio ou noutro tipo de espaço”, a ministra Marta Temido afirmou que essa hipótese ainda está a ser “estudada e preparada porque depende da condição clínica destas pessoas e do seu historial anterior”.

“Cada um destes cidadãos terá uma consulta com a autoridade [de saúde] à chegada, que terá integrado um médico, que aplicará um inquérito epidemiológico e um inquérito sobre a história clínica recente de forma a garantir que qualquer suspeita é logo identificada e encaminhada adequadamente”, avançou Marta Temido.

A governante falava aos jornalistas à margem da apresentação do Plano de Ação para a Prevenção da Violência no Setor da Saúde, que decorreu hoje no Ministério da Saúde.

A ministra explicou que o rastreio, que será feito através de uma avaliação clínica e física, que inclui a medição da febre, será feita no aeroporto, o que não quer dizer que não haja uma avaliação complementar se for necessária.

De acordo com informação que dispõe, Marta Temido disse que vão regressar a Portugal cerca de dezena e meia de portugueses, mas ressalvou que “poderão ser menos, porque alguns concidadãos optaram por não deixar a China por várias razões”.

A data precisa do regresso dos portugueses ainda é desconhecida, afirmou a ministra, sublinhado que ainda estão “a trabalhar para perceber a que horas chegam, quem são as pessoas e outras informações indispensáveis”.

Disse ainda que o Ministério da Saúde está a acompanhar toda esta situação através da Direção-Geral da Saúde.

“A diretora-geral da Saúde [Graça Freitas] está neste momento a coordenar um conjunto de diligências que temos de ter preparadas para quando for necessária a intervenção do Ministério da Saúde”, referiu.

O que está preparado, salientou, é “um dispositivo que segue os protocolos internacionais definidos para o acolhimento” dos portugueses quando chegarem a território nacional.

“As autoridades estão a trabalhar para garantir que os portugueses que regressem tenham o acompanhamento adequado ao seu estado”, assegurou.

“Vamos seguir de perto aquilo que são os protocolos que estão definidos pelas entidades competentes e estamos a acompanhar também a conferência da Organização Mundial da Saúde sobre este tema”, a qual se realiza hoje.

Até ao final do dia de quarta-feira o número de mortos devido ao novo vírus era de 170 e os infetados eram de mais de 7.700 pessoas.

O novo coronavírus foi primeiramente detetado em dezembro na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei, no centro da China.

O número de casos de infeção pelo novo coronavírus, designado provisoriamente pela OMS como “2019-nCoV”, ultrapassa a cifra de contágios verificada com a epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), causada por um outro coronavírus, mas igualmente detetada na China e que se estendeu a outros países, em 2002 e 2003.

A SARS infetou 5.327 pessoas na China e provocou 774 mortos no mundo, incluindo 349 na China continental.