“Eu sei que há quem se irrite muito quando nós falamos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas é preciso que não se irritem, porque o PRR não é um plano do PS, (…) é mesmo um plano do país, que hoje está disponível para todos os portugueses, para todas as portuguesas, para todas as empresas, para todos os municípios, para as todas as universidades, para todas as IPSS utilizarem esses recursos”, afirmou António Costa.
O secretário-geral do PS falava no Centro de Congressos de Aveiro, numa ação de campanha com o candidato da coligação Viva’ Aveiro (PS/PAN), Manuel Oliveira de Sousa, onde também participaram a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, e o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.
Perante uma audiência de cerca de 300 pessoas, António Costa afirmou que Portugal tem de sair da crise pandémica “com a mesma determinação” com que a travou e defendeu que, se os portugueses foram “excecionais num momento de exceção”, também devem ser “excecionais num momento de normalidade”.
“E temos mesmo de ser excecionais num momento de normalidade, porque nós temos muito pouco tempo para conseguirmos utilizar bem, com transparência, com rigor, sem a menor suspeita de corrupção, as verbas que nos são disponibilizadas, e que só nos são disponibilizadas agora e por um período muito curto”, salientou.
António Costa referiu assim que não há “um segundo, um minuto, um dia, a perder na mobilização coletiva” para que o país consiga ir “mais além” e “mais rápido” do que teria sido possível em condições normais.
“É todos juntos que nós conseguiremos efetivamente virar a página desta crise e, sobretudo, cumprir o dever que temos para com as próximas gerações: fazer deste país um país mais próspero, mais feliz, com mais e melhores condições de vida para todos e todas os que querem desenvolver o seu futuro aqui em Portugal”, referiu.
Afirmando que, quando se começa a aproximar uma “libertação com cautela” da pandemia, é preciso o país começar a fixar-se “no futuro”, António Costa salientou que as autarquias serão “absolutamente centrais” porque irão ter “mais competências do que têm tido até agora” devido ao pacote de descentralização.
António Costa elencou as diferentes áreas onde os municípios passarão a ter maior intervenção – como a educação, a saúde, a ação social, entre outros – e referiu também o “papel central” que irão desempenhar na execução do PRR.
“É por tudo isto que os municípios são fundamentais e que as próximas eleições não são mais umas eleições, porque são as eleições onde vamos eleger as câmaras com poderes que as câmaras nunca tiveram até agora”, salientou.
Nesse sentido, o secretário-geral do PS destacou que o distrito de Aveiro será “particularmente decisivo” na recuperação da crise por ser um “distrito de excelência” e o “grande motor” do desenvolvimento económico do país.
“Os motores do desenvolvimento económico do país serão, cada vez mais, a inovação e as qualificações. E esta cidade tem uma das melhores universidades (…) ao nível europeu. Aqui se tem desenvolvido uma geração cada vez mais qualificada, mas também centros de inovação de ponta nos mais diversos setores da ciência”, indicou.
Elogiando os “recursos naturais”, a “qualidade da produção agrícola” e a “notável capacidade empreendedora do ponto de vista industrial” de Aveiro, António Costa referiu que deve ser a câmara municipal a “mobilizar as energias” no território e a “fazer a ponte” entre “todos os recursos”.
“Estas eleições são mesmo decisivas para o futuro do país, e são mesmo decisivas para o futuro de Aveiro. É isso que justifica estarmos aqui coligados com o PAN, é isso que justifica estarmos aqui juntos com movimentos de cidadãos, é isso que justifica dizermos ‘Viva Aveiro’”, concluiu António Costa.
Hoje, na Guarda, o líder do PSD, Rui Rio, repetiu as críticas que tem feito a António Costa, reiterando que “não é correto misturar na campanha a função de primeiro-ministro com a de secretário-geral do PSD” ao falar dos milhões do PRR.
Também o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou o primeiro-ministro de “chantagear os eleitores” com promessas milionários e de utilizar o PRR “como uma cenoura” para transferir para as autarquias encargos que deveriam ser do Estado central.
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