António Costa falava aos jornalistas no Palácio de Belém, pouco depois de terminada a cerimónia de posse de Isabel Rodrigues no cargo de secretária de Estado da Igualdade e das Migrações, em substituição de Sara Guerreiro, que pediu a demissão do executivo por motivo de saúde.
“Senti-me envergonhado com o que ouvi, em especial numa certa televisão, horas infindáveis a especular”, declarou o líder do executivo.
Segundo António Costa, “o mínimo que se pede em momentos difíceis na vida das pessoas, dolorosos na vida das pessoas, é que haja respeito, porque um dia acontece a um membro do Governo, outro dia pode acontecer a qualquer um”.
”O que se exige é respeito”, reforçou o primeiro-ministro.
Nas suas primeiras palavras perante os jornalistas, António Costa deixou uma advertência: “Não é por serem membros do Governo que as pessoas deixam de ser seres humanos”.
“Como todos os seres humanos correm o risco de terem problemas na sua vida pessoal e terem problemas de saúde”, acrescentou.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, empossou hoje Isabel Rodrigues nas funções de secretária de Estado da Igualdade e das Migrações, em substituição de Sara Guerreiro, durante uma breve cerimónia realizada no Palácio de Belém.
Estiveram presentes na cerimónia de posse, que durou menos de dois minutos, o primeiro-ministro, António Costa, e a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, que neste XXIII Governo Constitucional tutela as áreas da Igualdade e das Migrações.
A cerimónia de posse começou pelas 19:52, com um atraso de 22 minutos, tendo o primeiro-ministro chegado ao Palácio de Belém pelas 19:28. Oito minutos antes de António Costa tinha entrado no Palácio de Belém a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, a secretária de Estado cessante, Sara Guerreiro, e a nova titular do cargo, Isabel Rodrigues.
Esta é a primeira substituição no XXIII Governo Constitucional e acontece 33 dias depois desta executivo ter sido empossado pelo chefe de Estado.
Fonte do executivo adiantou à agência Lusa que a mudança ocorre “a pedido da própria” Sara Guerreiro e “por motivos de doença”.
Em declarações aos jornalistas, pouco depois de ter sido comunicada formalmente esta substituição, o Presidente da República esclareceu que a secretária de Estado da Igualdade e das Migrações deixou as funções "por razão pessoal de força maior" e que "não há nenhuma razão política".
Marcelo Rebelo de Sousa reforçou que esta saída do Governo não tem "nada" a ver com a polémica sobre o acolhimento de refugiados ucranianos, "é por uma razão pessoal, não há nenhuma razão política".
"Foi uma substituição imediata porque, como o senhor primeiro-ministro [António Costa], aliás, me fez saber, e eu percebi, é um pelouro hoje muito importante, ainda mais importante do que nunca, por causa dos refugiados vindos da Ucrânia. Portanto, houve que proceder imediatamente à assinatura da exoneração e à assinatura da nomeação", justificou.
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