Estas metas foram assumidas por António Costa no discurso que proferiu no primeiro dia da 2.ª Conferência dos Oceanos da Organização das Nações Unidas (ONU), coorganizada por Portugal e pelo Quénia, que decorre até sexta-feira na Altice Arena, em Lisboa.
“É urgente reconhecer o nexo determinante entre clima e oceano, que nos exige a sua proteção como o principal regulador climático e sumidouro de carbono, mas que nos proporciona também recursos essenciais da nossa estratégia de descarbonização e de autonomia energética. Nesse sentido iremos apostar na produção de energias renováveis oceânicas com vista a atingir dez gigawatts de capacidade até 2030”, declarou o primeiro-ministro.
Neste contexto, António Costa adiantou que Portugal irá criar, em parceria com a Agência Europeia de Segurança Marítima, “uma zona piloto de emissões controladas no mar português”.
Na sua intervenção, o primeiro-ministro considerou a economia azul “um elemento central” da estratégia de desenvolvimento nacionais.
“Queremos promover o empreendedorismo, o emprego e a inovação, em particular na bio economia do mar. Com este objetivo vamos operacionalizar o campus do mar, incluindo a criação de um Hub Azul, para duplicar o número de startups na economia azul, bem como o número de projetos apoiados por fundos públicos”, disse.
No seu discurso, o primeiro-ministro classificou como um sucesso o interesse gerado pelo Fórum sobre Economia Azul e Investimento, que terá lugar terça-feira, no Estoril, concelho de Cascais.
“A procura de inscrições excedeu de tal forma a capacidade do espaço que já sabemos que o fórum será o maior evento global da Economia Azul em 2022. E, por isso mesmo, também tenho o prazer de vos anunciar que o Governo português decidiu organizar uma segunda edição do fórum, já no próximo ano, novamente em Portugal”, anunciou o líder do executivo.
Este fórum, de acordo com António Costa, proporciona “uma oportunidade única de pôr em contacto os investidores e os potenciais beneficiários, permitindo-lhes compreender como podem aceder a financiamentos disponíveis”.
Para António Costa, só se conseguirá lidar com os maiores desafios da humanidade caso se assuma que o futuro dos seres humanos e dos oceanos está interligado.
“Esta Conferência dos Oceanos, co-organizada por Portugal e pelo Quénia, é uma ocasião única para acordarmos soluções concretas, como o acordo global para combate à poluição por plásticos e lixo marinho, ou a meta internacional de proteção de 30% do meio marinho”, apontou.
Nesse sentido, António Costa advertiu que “2030 está próximo e boa parte das metas relacionadas com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 já deveriam ter sido alcançadas em 2020”.
“Nenhum país conseguirá resolver sozinho os desafios que enfrentamos na implementação da Agenda 2030. Com os compromissos concretos que assumimos e com o forte ímpeto político da Declaração de Lisboa, que será adotada no final desta semana, podemos dar passos decisivos em prol do Desenvolvimento Sustentável que todos ambicionamos”, considerou.
Na perspetiva do líder do executivo português, com a mesma ambição com que se procurou chegar à Lua ou a Marte, é agora “tempo de descer à Terra, o planeta que é azul, porque é o planeta dos oceanos, o nosso planeta”.
“Espero que, mais uma vez, Lisboa seja um marco no reencontro da humanidade com os oceanos”, acrescentou.
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