A Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou hoje em alta o número de casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus em Portugal. Segundo o relatório da situação, registam-se agora 2.995 casos (mais 633 do que na terça-feira). O número de óbitos foi igualmente revisto em alta, passando dos 33 para os 43.
Apenas cerca de um terço (13) dos mortos são do sexo feminino. A maioria (30) são homens e, destes, 13 têm mais de 80 anos. Nas mulheres, apenas uma tem menos de 80 anos.
A região Norte continua a ser aquela que regista mais casos, com 1.517 infeções e 20 óbitos confirmados e três recuperações, seguindo-se a de Lisboa e Vale do Tejo, com 992 infeções e 12 óbitos e onze recuperações. A região Centro tem 365 infeções e dez óbitos e oito recuperações; o Algarve tem 62 infeções e um óbito; o Alentejo tem doze casos e continua sem óbitos.
Segundo o boletim, nas regiões autónomas, os Açores e a Madeira têm 33 casos confirmados. Não há registo de óbitos nas ilhas.
A DGS regista ainda a registar 14 casos de infeção em pessoas com residência no estrangeiro.
Das 2.995 pessoas infetadas pelo novo coronavírus, a grande maioria (2.719) está a recuperar em casa, indica a DGS, que regista 276 pessoas internadas (mais 73), 61 das quais em Unidades de Cuidados Intensivos (mais 13), uma subida de 27,1%.
Quanto ao número de casos por concelho, Lisboa é o município com mais confirmações de infeção pelo SARS-CoV-2, o novo coronavírus responsável pela doença covid-19. Segue-se o Porto, com 137 e a Maia, também no distrito do Porto, com 119.
Convém ter em conta que os números para os concelhos se reportam apenas a 54% dos casos confirmados. A diretora-geral da saúde explicou em conferência de imprensa que esses dados não estão completos porque nem todos os registos são preenchidos com esse grau de detalhe.
Desde 1 de janeiro foram registados 21.155 casos suspeitos, dos quais 1.591 aguardam resultado laboratorial. Houve ainda 16.569 casos em que os testes não confirmaram a infeção e 22 doentes que já recuperaram.
O boletim da DGS indica que há 13.624 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.
Os dados indicam que há 46 casos que resultam da importação do vírus de Espanha, 30 de França, 20 de Itália, 13 da Suíça, 12 do Reino Unido, seis dos Países Baixos, cinco do Brasil, cinco de Andorra, quatro da Áustria, três dos Emirados Árabes Unidos, três da Índia, dois da Alemanha, um da Bélgica, um da Alemanha e Áustria, um do Irão, um do Egito, um da Dinamarca e outro da Argentina.
Os números deste boletim foram contados até às 0:00 desta quarta-feira.
Discrepâncias em Ovar
O presidente da câmara de Ovar, Salvador Malheiro, ainda ontem denunciou discrepâncias entre o número de casos confirmados naquele concelho do distrito de Aveiro e o número que consta no boletim da DGS. Desde esta terça-feira que as autoridades de saúde divulgam os números de casos por município — no entanto, deixam a nota de que os valores nesse quadros e referem a apenas 54% dos casos confirmados.
Salvador Malheiro, que é também vice-presidente do PSD, indica que há 1o1 casos de covid-19 no concelho. Já a DGS indica apenas 58 casos — mais três do que ontem.
Em conferência de imprensa, a diretora-geral da saúde reforçou que "é impossível mentir". "É mais fácil para quem está no local saber o que aconteceu no minuto antes", afirmou. "Não há nenhum intuito de ser menos transparente", sublinhou várias vezes.
Graça Freitas, em resposta a uma pergunta enviada pelo SAPO24, explica que, apesar das discrepâncias, "no geral" a metodologia vai ser mantida para a morte e para o número de casos. "Outros dados mais finos pode haver uma melhoria na colheita destes dados, estamos a trabalhar no afinamento destas ferramentas", disse.
Antes, o primeiro-ministro tinha já explicado que a DGS agrega a informação inscrita no sistema pelos profissionais do setor relativa à doença covid-19 e "não produz números". No final de uma visita ao Hospital Curry Cabral, em Lisboa, António Costa foi questionado sobre estas alegadas divergências entre os números oficiais e os de algumas autarquias e recordou que, na véspera, já foi explicado aos líderes de todos os partidos e ao presidente da República como são feitos os registos sobre os doentes com covid-19.
"Cada médico faz a inscrição numa plataforma comum dos casos que identifica, essa é a origem. Os números da DGS são simplesmente a agregação dessa informação descentralizada, a DGS não produz números, agrega os números que lhe são transmitidos por todos e publica-os", respondeu.
António Costa acrescentou que, se todos os profissionais fizerem esse registo, os números da DGS são credíveis.
"Os números da DGS são os números que são fornecidos pelos profissionais de saúde e são os números credíveis com que podemos trabalhar", reforçou.
19 mil mortos em todo o mundo
Mais de 19 mil pessoas morreram em todo o mundo infetadas por covid-19, de acordo com um balanço feito pela Agência France Presse (AFP) a partir de dados oficiais divulgados hoje às 11:00.
Segundo o novo balanço divulgado às 11:00, o novo coronavírus matou 19.246 pessoas em todo o mundo desde que surgiu em dezembro. Foram registados mais de 427.940 casos de infeção em mais de 181 países e territórios desde o início da epidemia.
A Itália, que registou a primeira morte ligada ao coronavírus no final de fevereiro, tem 6.820 mortes em 69.176 casos. 8.326 pessoas são consideradas curadas pelas autoridades italianas.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.820 mortos em 69.176 casos.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados da covid-19 foram registados no dia 2 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.
Onde posso consultar informação oficial?
- https://covid19.min-saude.pt
- https://covid19.min-saude.pt/ponto-de-situacao-atual-em-portugal
- https://www.dgs.pt/em-destaque.aspx
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