Numa mensagem divulgada pelo poeta e escritor cabo-verdiano Filinto Elísio Correia e Silva, um dos promotores da iniciativa, assumida como de reconciliação histórica, refere-se que o evento, previsto para Roma, em 01 de julho, foi adiado, “para uma nova data que será anunciada oportunamente”.
O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 6.400 mortos em todo o mundo, quase um terço dos quais em Itália, o país europeu mais afetado.
O número de infetados ronda as 164 mil pessoas, com casos registados em pelo menos 141 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 245 casos confirmados, e do total de infetados, mais de 75 mil recuperaram.
Os líderes independentistas africanos Agostinho Neto (Angola), Amílcar Cabral (Guiné-Bissau e Cabo Verde) e Marcelino dos Santos (Moçambique) foram recebidos pelo Papa Paulo VI no final da Conferência Internacional de Solidariedade com os Povos das Colónias Portuguesas, em 01 de julho de 1970.
A conferência e a audiência foram consideradas determinantes para o reconhecimento do direito à autodeterminação dos povos das então colónias portuguesas e decisivas na luta pela independência.
O programa da iniciativa previa a realização de uma sessão protocolar para a qual seriam convidados os chefes de Estado de Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique, uma conferência, e uma exposição de materiais fotográficos e videográficos inéditos.
Os organizadores esperavam poder contar com a participação dos familiares de Agostinho Neto, Amílcar Cabral e Marcelino dos Santos, bem como de alguns companheiros da luta de libertação, como os ex-presidentes cabo-verdiano Pedro Pires ou moçambicano Joaquim Chissano.
O objetivo da organização era que a iniciativa decorresse "no e com o Vaticano".
O evento, que tem como curadora científica a professora Clara Silva, da Universidade de Florença, incluiria ainda uma conferência sobre o impacto histórico da Conferência Internacional de Solidariedade com os Povos das Colónias Portuguesas e o aspeto simbólico da audiência do papa Paulo VI aos líderes africanos.
Também estava prevista uma exposição com material da fotojornalista italiana Bruna Polimeni, considerada a detentora do maior acervo fotográfico da luta de libertação para a independência de Cabo Verde e da Guiné-Bissau.
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