“Todas as previsões que temos é que até ao próximo dia 24 a pressão sobre o SNS irá continuar a aumentar, o que nos exige, aliás, continuar a multiplicar soluções de recurso, quer com a criação de novas camas de retaguarda, quer com o alargamento das áreas dedicadas à covid em todos os estabelecimentos hospitalares. Também iremos continuar a ter nos próximos dias um agravamento do número de pessoas que virão a falecer vítimas de covid”, disse hoje o primeiro-ministro.

António Costa falava em conferência de imprensa no Palácio de São Bento, em Lisboa, no final do Conselho de Ministros extraordinário que determinou o agravamento das medidas restritivas e de combate à pandemia de covid-19 decretadas na passada semana, que preveem o regresso do dever de recolhimento domiciliário.

Já hoje, num debate radiofónico entre os candidatos presidenciais às eleições de 24 de janeiro, o chefe de Estado e recandidato ao cargo, Marcelo Rebelo de Sousa, tinha adiantado números das previsões de agravamento para os próximos dias.

O Presidente da República antecipou um agravamento da pandemia em Portugal, indicando que se prevê, “para sexta-feira desta semana, qualquer coisa como 700 a 800 internados em cuidados intensivos, ao ritmo de 10, 11, 12, 13 mil casos por dia, e cerca de cinco mil, entre 4.800 e cinco mil internados".

O chefe de Estado referiu que, para dar resposta a este cenário, vai abrir "mais uma unidade de recuo" em Lisboa, junto ao Hospital Santa Maria, que "vão abrir reforços dentro do Serviço Nacional de Saúde em termos de camas", apesar das "dificuldades" em atribuir profissionais de saúde a essas camas, e indicou que os hospitais militares ainda têm capacidade para ajudar.

Já no domingo, a ministra da Saúde, Marta Temido, tinha referido que o sistema de saúde, incluindo o SNS, privados e setor social, estão perto do seu limite.