Intervindo num seminário 'online' promovido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o diretor executivo da Gavi, Seth Berkley, salientou que "mais de 94 milhões de pessoas, principalmente crianças, estão em risco de falhar as vacinas para o sarampo e que o mundo poderá assistir a mais um surto de morte e casos graves de sarampo" por causa das perturbações na vacinação.
Berkley indicou que "houve sinais claros de recuperação na segunda metade de 2020, mas o risco de novas perturbações em 2021 e depois disso persiste".
Só em 2019, 270 mil pessoas em todo o mundo morreram com sarampo, referiu.
O responsável da Aliança considerou que acelerar a vacinação contra a covid-19 contribuirá para beneficiar os processos de vacinação contra outras doenças, ao "mitigar os impactos sociais e económicos [da pandemia] e ajudar a aliviar sistemas de saúde sobrecarregados".
Assim, "os países poderão concentrar-se nas suas outras necessidades sanitárias e sociais, incluindo a imunização de rotina contra doenças evitáveis, como o sarampo", salientou.
Será a forma de conseguir atingir as "10 milhões de crianças com dose zero, que não receberam sequer as vacinas mais básicas, que sofrem de várias privações e desigualdades graves, muitas das quais não têm acesso a saúde, alimentação, educação e outros serviços básicos.
A meta da Gavi é reduzir estes 10 milhões em 25% até 2025 e Berkley apelou aos países para "aproveitarem a escala sem precedentes da resposta à covid-19" para fortalecerem os seus sistemas de saúde e conseguirem chegar aos 10 milhões de crianças sem vacinas.
A gestora do programa da OMS para o Médio Oriente, Rana Haijeh, afirmou que a organização estima que haja 89 milhões de pessoas que não receberam as vacinas para o sarampo que deviam, "atrasadas por causa da pandemia e do seu impacto numa quantidade de serviços de saúde essenciais".
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