João Gomes Cravinho participou hoje no seminário “O Exército português na resposta nacional à Covid-19 – experiência e desafios”, uma iniciativa que decorreu na Academia Militar, na Amadora (distrito de Lisboa), no âmbito das comemorações do dia do Exército.
"Em função do momento que estamos a viver, que é um momento de intensificação das necessidades hospitalares, nós vamos aumentar a capacidade do Centro de Apoio Militar de combate à Covid-19, portanto, o antigo hospital militar. Até agora tem funcionado com um máximo de 30 camas, quase sempre [com lotação] muito próximo desse número, mas inteiramente apoiado por médicos e enfermeiros do Exército", afirmou o ministro da Defesa em declarações aos jornalistas no final da iniciativa.
Para aumentar a capacidade, explicou o governante, serão necessários "recursos humanos da parte da Administração Regional de Saúde Lisboa [ARS] e Vale do Tejo", pelo que estão a ser desenvolvidos esforços no sentido de profissionais do Serviço Nacional de Saúde se juntarem aos 55 médicos e enfermeiros do Exército que asseguram atualmente os cuidados prestados no centro.
"Vamos aumentar para cerca de 90 camas num futuro muito próximo", o que representa uma "triplicação do número de camas disponíveis em Belém", indicou João Gomes Cravinho.
De acordo com o ministro, "o princípio [para a transferência dos profissionais de saúde] está garantido", uma vez que "o Exército está a tratar com a ARS sobre os pormenores e também alguns aspetos menores relacionados com equipamentos que estão a ser vistos".
As 30 camas disponibilizadas atualmente representam "a capacidade que o Exército tem de disponibilização de médicos e enfermeiros", razão pela qual um aumento da capacidade exige também um reforço de profissionais de saúde civis.
Questionado sobre a resposta do Hospital das Forças Armadas, que tem acolhido doentes com Covid-19 transferidos de outras unidades de saúde, o ministro da Defesa referiu que este equipamento "também está a trabalhar no aumento das suas disponibilidades", mas ao nível dos cuidados intensivos.
Atualmente com "cinco camas para cuidados intensivos", o Hospital das Forças Armadas vai passar a contar com dez, mas "esse é um trabalho que está em curso e obviamente que se procurará corresponder às necessidades, em estrita articulação com o Serviço Nacional de Saúde e particularmente com a ARS Lisboa e Vale do Tejo", explicou Gomes Cravinho.
João Gomes Cravinho indicou ainda que estão quatro militares a trabalhar com a ARS Lisboa e Vale do Tejo, constituindo "um núcleo de apoio à decisão para efeitos de planeamento e de apoio ao presidente na distribuição de recursos".
Para o ministro, esta "é uma necessidade quando os hospitais têm todos de funcionar em estreita coordenação", destacando que "cada vez mais o planeamento para toda a região de Lisboa e Vale do Tejo é mais consistente".
Também em declarações à imprensa à margem da iniciativa, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, sustentou que este centro de apoio "é um parceiro fundamental" e salientou que a articulação entre os hospitais do Serviço Nacional de Saúde e aquele espaço já acontece, tratando-se de "uma ação complementar".
"A nível da Saúde, o Ministério e a ARS Lisboa e vale do Tejo coordenam esta movimentação entre os nossos hospitais e entre os nossos hospitais e o hospital militar. Já se procede agora e, com capacidade aumentada, verificar-se-á uma maior cadência porque estamos numa fase, como sabem, de expansão do número de casos e portanto é previsível que seja necessário ativar mais camas", sustentou.
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