Segundo o requerimento dos bloquistas, ao qual a Lusa teve acesso, os comerciantes receberam em março, aquando da declaração do estado de emergência devido à pandemia de covid-19, uma comunicação da chefe do Mercado da Ribeira que dava conta que “os pagamentos das rendas estariam suspensos de março a junho de 2020”.

No final de maio, porém, os comerciantes voltaram a ser contactados, com a informação de que teriam de pagar as rendas não cobradas, acrescenta o texto.

“Os comerciantes solicitaram reunião à dra. Ascenção Moleiro da Câmara Municipal de Lisboa sem sucesso e mesmo as reuniões marcadas dos comerciantes com os chefes dos mercados foram alegadamente impedidas pela vereação”, lê-se no documento.

O BE considera “incompreensível que a Câmara Municipal de Lisboa”, liderada pelo PS, “dê o dito por não dito e venha exigir estes pagamentos aos comerciantes que, na maioria, não têm maneira de pagar”.

O requerimento destaca que os comerciantes dos mercados da Ribeira e de Campo de Ourique tiveram quebras de vendas de cerca de 90% nos últimos meses, “visto que a maior parte das suas vendas acontece para a restauração que esteve fechada”.

“Atualmente, as vendas ainda estão muito baixas, cerca de 20% do volume de negócios anterior, até porque o sustento é a restauração”, acrescentam os bloquistas, referindo que os comerciantes já entregaram um abaixo-assinado à câmara para que seja cumprido o combinado”.

O BE questiona no documento se o executivo da câmara, presidido por Fernando Medina, vai cumprir o combinado com aqueles comerciantes e isentá-los do pagamento das rendas.

Os deputados perguntam ainda se a autarquia prevê reduzir as rendas aos comerciantes nos próximos meses “como forma de evitar insolvências”.