De acordo com o responsável da empresa, dentro de dois a três meses deverão existir “resultados que permitam iniciar testes em humanos”.
A empresa tinha já trabalho desenvolvido com outra vacina, no sentido de prevenir infeções bacterianas, que muitas vezes são a causa de morte de doentes internados, inclusive essoas infetadas com covid-19.
Em declarações à Lusa, o responsável pela empresa afirmou que a partir daí decidiram avançar para “o desenvolvimento de uma vacina específica para a covid-19″.
A formulação encontrada vai começar a ser testada em ratinhos no próximo mês e a produção da vacina, caso seja aprovada, será feita com uma empresa no Canadá com a qual a biotecnológica portuguesa já trabalha para a outra vacina na área bacteriana.
“Neste momento, temos uma formulação definida e estamos prontos a testá-la no modelo animal”, precisou Bruno Santos.
A base para a conceção desta vacina parte de vírus inativados, explicou.
Em comunicado, a empresa anunciou que o seu principal produto é uma vacina antibacteriana de largo espetro que está “pronta para entrar em ensaios clínicos” e que com a pandemia de covid-19, decidiu colocar as capacidades e conhecimento adquirido no desenvolvimento de “novas soluções” que possam ajudar a parar a doença e as suas consequências.
“O conhecimento gerado no processo de desenvolvimento de vacinas permitiu-nos avançar rapidamente para ensaios de desenvolvimento de uma vacina para a covid-19. Esta vacina foi desenhada para potenciar a resposta imune ao vírus nos pulmões. A vacina tem uma dupla função: Induzir a produção de anticorpos específicos para neutralizar o SARS-CoV-2 e aumentar a nossa capacidade natural de combater infeções virais”, lê-se no documento emitido pela empresa.
“Publicações recentes demonstram que pelo menos 50% dos casos fatais associados a infeções por SARS-CoV-2 são devido a infeções oportunistas causadas por bactérias multirresistentes. Considerando que a vacinação destes pacientes para SARS CoV-2 não geraria uma resposta em tempo útil, a Immunethep está a desenvolver uma terapia utilizando anticorpos monoclonais para tratar este tipo de infeções bacterianas oportunistas”, acrescentam os autores do trabalho.
O objetivo é, através da vacinação, prevenir a doença e evitar a transmissão de humano para humano e, por outro lado, “através do tratamento pelos anticorpos monoclonais”, atenuar os sintomas de pacientes já infetados “reduzindo significativamente” o número de casos fatais dentro dos pacientes com covid-19.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 971.677 mortes e mais de 31,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo.
Em Portugal, morreram 1.928 pessoas dos 70.465 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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