"Os atrasos afetam apenas uma proporção muito pequena de alimentos que entram no Reino Unido e, como disseram as cadeias de supermercados, as cadeias de abastecimento são fortes e robustas", disse Johnson numa conferência de imprensa.

O chefe do governo britânico disse também que discutiu a situação com o Presidente francês, Emmanuel Macron, e que pretende querer "resolver a situação nas próximas horas”.

Devido ao risco da nova estirpe do vírus, mais de 30 países proibiram viagens do Reino Unido, incluindo a maior parte da Europa, Canadá, Turquia e Hong Kong, e França proibiu a entrada de mercadorias durante 48 horas, gerando o receio de escassez de alguns produtos nos supermercados britânicos.

Centenas de camiões que esperavam para sair do país via porto de Dover para Calais ficaram retidos nas estradas em filas de quilómetros e muitas pessoas presas nos aeroportos devido ao cancelamento das ligações aéreas com o Reino Unido.

A rede de supermercados Sainsbury’s, a segunda maior no Reino Unido, garantiu ter reservas suficientes, mas a Federação de Alimentos e Bebidas britânica admitiu potenciais roturas no abastecimento de alimentos frescos para o Natal.

As restrições só afetam o trânsito de entrada em França, mas “os camionistas europeus não vão querer viajar para cá se tiverem medo real de ficarem retidos", alertou a associação em comunicado.

O Reino Unido realmente depende da importação de certos tipos de alimentos, nomeadamente a maioria (84%) de fruta fresca, quase metade dos vegetais e cerca de um terço da carne de porco.

Johnson vincou que estes problemas só estão a afetar o transporte de mercadorias por camiões, que representa 20% do total que entra em Dover, e que a maioria da comida, medicamentos e outro tipo de mantimentos são movimentados de forma mecanizada, logo não é afetada pelas restrições em vigor.