As equipas distritais, de acordo com um plano da CNIS a que a Lusa teve acesso, serão organizadas “por iniciativa das UDIPSS” (Uniões Distritais das Instituições Particulares de Solidariedade Social) e constituídas “prioritariamente” por um médico, um enfermeiro e um diretor técnico.

O objetivo é serem “facilitadoras da intercomunicação” com as Brigadas de Intervenção Rápida (BIR) de apoio a lares com surtos de covid-19, criadas pelo Governo em parceria com a Cruz Vermelha Portuguesa, que iniciaram a sua atividade na quinta-feira.

“A intenção foi, precisamente, criarmos deste lado, a nível distrital, um agente de diálogo facilitador de interlocução. Jamais nos substituindo às BIR, que são muito bem-vindas, porque não temos essa característica nem possibilidade, mas sim no sentido de nos articularmos e organizarmos de forma a que, também a nível distrital, pudesse haver uma forma de diálogo específica”, explicou Maria João Quintela à agência Lusa.

Desta forma, as equipas que estão a ser criadas “em todo o país”, pretendem ser “complementares e potenciadoras, na área da saúde, da interlocução com as UDIPSS e as IPSS”, facilitando o seu diálogo com as outras entidades envolvidas em cada situação em que seja necessária a intervenção das BIR.

As equipas distritais, sublinhou a presidente da CNIS, “não são semelhantes às Brigadas de Intervenção Rápida”, mas sim um “agente mais facilitador da sua intervenção” e uma forma de as próprias UDIPSS se organizarem “internamente” com recurso a uma equipa local de "pessoas que pudessem querer colaborar voluntariamente" que as possa “assessorar em situações de crise, surto ou eventual falha de recursos humanos”.

“Reforçamos o diálogo com o Instituto de Segurança Social e, a partir do momento em que, reunindo esta informação através das UDIPSS, com estes profissionais que conhecem o terreno e podem ajudar a transmitir o que se passa localmente, também temos uma informação mais organizada. Entendemos que era necessário porque houve a resposta do Estado com a criação das BIR e pensámos em quem é deste lado pode estabelecer o diálogo que for necessário”, esclareceu Maria João Quintela.

A criação das Brigadas de Intervenção Rápida foi anunciada em 4 de setembro pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, por ocasião da assinatura de um protocolo com a Cruz Vermelha Portuguesa, onde a governante explicou que o objetivo seria garantir uma resposta "pronta a intervir" no caso de as instituições ficarem sem pessoal devido a surtos graves de covid-19 e que as brigadas deveriam reunir um total de cerca de 400 profissionais.