“Não há neste momento uma pressão externa sobre os HUC [Hospitais da Universidade de Coimbra], em termos de internamento, mas a imprevisibilidade da evolução da situação não nos permite avançar em segurança com as comemorações na sua forma tradicional”, disse José Manuel Silva, no início da reunião da Câmara de Coimbra.

Segundo o autarca, a decisão “é um pouco antecipada. porque hoje era a data limite para se poder desencadear todos os procedimentos legais em termos dos preparativos para que tudo corresse bem na passagem de ano”.

Em declarações aos jornalistas, o presidente da Câmara de Coimbra explicou que será feita, mesmo assim, “uma comemoração muito mais limitada”.

“Por prudência, suspendemos as comemorações tradicionais, mas isso não quer dizer que não possa haver fogo de artifício ou algum evento em ‘streaming’ para assinalarmos a passagem do ano”, frisou José Manuel Silva, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra.

Simbolicamente, o dinheiro que seria gasto na passagem de ano (estava previsto investimento de cerca de 200 mil euros) será canalizado para os Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), que vivem uma situação “grave”, referiu.

“As queixas que nos chegam são diárias. É urgente melhorar o serviço prestado pelos SMTUC e estamos a fazer isso”, frisou.

Na reunião de Câmara, a vereadora do PS Carina Gomes criticou a Câmara por “cortar na cultura para investir nos SMTUC”, considerando que o investimento nos transportes deve ser feito, “mas nunca à custa da cultura”.

Questionado pelos jornalistas, José Manuel Silva realçou que o transporte público “é prioritário”, mas que o executivo “não está a tirar dinheiro de um lado para pôr no outro”.

Segundo o município, havia, na sexta-feira, 43 autocarros parados.

“Com o reforço da resposta das oficinas já se está a diminuir o número de autocarros parados, mas isso não é fácil porque o executivo anterior [liderado pelo PS] comprou sucata que está sempre avariada”, notou José Manuel Silva, referindo ainda que os mecânicos dos SMTUC recebem o salário mínimo e considerando que é necessária uma alteração para garantir que aqueles profissionais possam ser contratados “por preços justos”.

Na reunião do executivo, a vereadora com o pelouro dos transportes, Ana Bastos, citou um artigo da vereadora socialista Regina Bento, que acusava o atual executivo de querer privatizar os SMTUC, negando perentoriamente essa intenção, realçando que nos últimos oito anos foi o PS que “tudo fez” para levar os SMTUC “à ruína”.

A vereadora, também presidente do conselho de administração dos SMTUC, referiu que houve um reforço das equipas externas nas oficinas, apostou-se na manutenção preventiva, estando também à procura de comprar novos autocarros para dar resposta às falhas do serviço.

Os SMTUC estão também a estudar “figuras legais” que permitam “pagar salários justos” para motivar os trabalhadores, avançou.

Aos jornalistas, José Manuel Silva também foi claro sobre uma possível privatização: “Não vamos privatizar os SMTUC. Queremos que sejam um serviço público”.

Já o vereador do PS Carlos Cidade, anterior vice-presidente do executivo, referiu que "nunca neste mandato" a atual maioria conseguirá "a privatização, até porque, felizmente, quem tem que tomar decisões sobre essa matéria é a Assembleia Municipal [que o PS preside]”.

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