O anúncio do encerramento de dois dos quatro centros de acolhimento de emergência de sem-abrigo que abriram durante a pandemia em Lisboa foi feito na terça-feira pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD).
Hoje, numa conferência de imprensa, a vereadora dos Direitos Humanos e Sociais, Laurinda Alves, esclareceu que já foi encerrado o centro instalado na Pousada da Juventude do Parque das Nações, cujo fecho já era pedido desde janeiro pela entidade gestora do espaço, onde os utentes eram “massacrados por percevejos e outras pragas”.
Dois utentes mantêm-se no outro centro a encerrar, na Casa dos Direitos Sociais, mas estes têm já um plano de reencaminhamento, pelo que nos próximos dias a situação será resolvida.
Laurinda Alves destacou que nesta Casa dos Direitos Sociais estavam mais 22 utentes, já realojados.
Na Pousada da Juventude do Parque das Nações (com capacidade para mais de 50 pessoas), estavam 19 utentes que foram reencaminhados para outros espaços.
“Por causa desta falta de condições, desde janeiro deste ano – portanto, estamos a falar de há um ano - que a entidade que estava a gerir este espaço [no Parque das Nações] e esta emergência pedia à Câmara, pedia a todas as entidades possíveis, que tirássemos as pessoas dali porque não era digno, porque era um risco para a saúde pública, e foi aquilo que nós fizemos”, disse.
A vereadora salientou que na Pousada da Juventude do Parque das Nações “havia pragas, as desinfestações que eram feitas não eram suficientes”, pelo que “as pessoas em situação de sem-abrigo já não tinham condições físicas, nem humanas, nem dignas para permanecer”.
“Tinham chagas, eram massacradas por percevejos, por outras pragas e, portanto, o que nós fizemos foi tomar como prioridade absoluta nestes três meses resolver a questão destas pessoas”, afirmou.
A autarca destacou que estes centros abriram no início da pandemia, numa situação de emergência, mas não era espaços de acolhimento a longo prazo.
A Casa dos Direitos Sociais é um edifício preparado para dinâmicas de trabalho, “com salas e salinhas” onde as pessoas tinham reuniões, e onde as pessoas “dormiam em camas de campanha”, sem casas de banho preparadas para “as condições de higiene e de saúde pública que era preciso”, sublinhou.
Comentários