“Ciente do impacto económico que estas medidas representam para as coletividades que as organizam, e que assim custeiam uma parte da sua atividade cultural e social durante o ano, a Câmara Municipal de Lisboa conta apoiar as entidades promotoras dos arraiais populares que habitualmente eram licenciados com um montante de 2.000 euros/cada”, informa a autarquia, em comunicado, sem indicar quantas entidades podem vir a beneficiar desta ajuda.

Este apoio surge na sequência da decisão de que a Câmara de Lisboa, assim como as Juntas de Freguesia, não vão licenciar os tradicionais arraiais populares na cidade durante o mês de junho, medida que é tomada pelo segundo ano consecutivo, devido à pandemia de covid-19.

“Uma medida que se junta ao apoio concedido às coletividades participantes no concurso das Marchas Populares [15 mil euros/cada]”, acrescenta a autarquia.

No âmbito da limitação de horários dos estabelecimentos e de grandes eventos populares, medida imposta pelo combate à pandemia, a autarquia de Lisboa vai disponibilizar, a partir de quarta-feira, 2 de junho, “uma terceira tranche dos apoios a fundo perdido aos setores da restauração e comércio”, previstos no Programa Lisboa Protege.

“Este novo pacote de apoios a fundo perdido, orçado em 13 milhões de euros, vem juntar-se aos 26 milhões de euros já concedidos pela Câmara Municipal de Lisboa desde o lançamento do programa, em novembro de 2020”, indica ainda a autarquia.

No comunicado sobre a suspensão dos arraiais populares, a Câmara lembra que a tradicional celebração da noite de Santo António, de 12 para 13 de junho, “é a grande festa popular de Lisboa e movimenta todos os anos mais de meio milhão de pessoas nas ruas”.

“Vivemos ainda uma fase da pandemia que, mesmo com os excelentes indicadores da vacinação, continua a exigir cuidados e precaução, cuidados esses dificilmente compatíveis com a realização de festividades que juntam um número de pessoas sem paralelo com qualquer evento na cidade, num registo distendido e menos propício à observação de regras de segurança sanitária”, refere o município.

Com o cancelamento dos Santos Populares de Lisboa, pelo segundo ano consecutivo, a autarquia deixa também um mensagem de alento, referindo que, “com a colaboração de todos e de cada um fazendo a sua parte, o mês de junho de 2022 será seguramente diferente”.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS), disse hoje que, tal como no ano passado, os arraiais "não vão ser licenciados nem pela Câmara, nem por Juntas de Freguesia e, por isso, a fiscalização cabe às autoridades, quer à Polícia Municipal, quer à Polícia de Segurança Pública [PSP]".

"Infelizmente, este ano não vamos poder ter arraiais, não vamos poder ter as comemorações do Santo António com arraiais, dada a situação que vivemos", disse Fernando Medina, acrescentando que “é a decisão sensata, é a decisão avisada nesta fase da pandemia em que são precisos ainda cuidados, são precisos alertas".

Além dos arraiais, este ano não se realiza o concurso das Marchas Populares de Lisboa, nem os tradicionais Casamentos de Santo António.

Ao contrário de Lisboa, a Câmara Municipal do Porto decidiu que os festejos do São João vão ocorrer e que vão ser criadas três zonas de diversões, mas sem concertos na avenida e fogo de artifício, devido à covid-19.

“São João haverá sempre. Na noite de 23 para 24 [de junho] é São João no Porto. Aquilo que a câmara permitiu, com o parecer das autoridades de saúde, foram três zonas de diversões, onde as pessoas podem ir em condições consideradas de total segurança por parte da Direção Geral [da Saúde]”, explicou o presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), Rui Moreira.

 O autarca do Porto assumiu que estas medidas adotadas para os festejos do São João na cidade são importantes para setores que estão parados há meses, mas também para as famílias.

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